Câmbio, commodities e eleição pressionam inflação

São Paulo (AE) – O câmbio será o principal fator de alta para a inflação de 2006. Podem pesar no próximo ano também, mas o cenário por enquanto é incerto, a disparada dos preços das commodities no mercado internacional, principalmente das metálicas, e as eleições. Esta avaliação foi feita por analistas de três consultorias ouvidos pela Agência Estado.

Segundo o economista Antonio Madeira, da MCM Consultores, o IPCA de 2006 encerrará em 4,8%, 0,3 ponto porcentual acima do centro da meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para o período. ?Esta projeção levemente mais alta é atribuída à curva ascendente do câmbio?, explicou o economista. Sua estimativa é de que a cotação da moeda ao final do ano que vem será de R$ 2,50.

Na Rosenberg & Associados, a estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2006 também está levemente acima do centro da meta, em 4,7%. O câmbio, segundo o economista Fernando Fenolio, também é o responsável pela projeção um pouco mais alta do que a meta e do que a mediana das expectativas do mercado, de 4,5%, mostrada na última pesquisa Focus do Banco Central (BC).

?Por enquanto, estamos tranqüilos com a inflação do próximo ano, mas é preciso lembrar que há eleição e que as commodities metálicas estão subindo no exterior e, por enquanto, ainda não sabemos como se dará o impacto destes movimentos aqui? avaliou Fenolio. Para ele, a inflação de 2006 começará ?muito bem?, com uma baixa inércia trazida de 2005, ao contrário do que ocorreu de 2004 para este ano.

Já o economista Guilherme Maia, da Tendências Consultoria Integrada, ressaltou que a inércia não será elevada, mas também não ficará tão baixa como o imaginado anteriormente. ?A inflação medida no último trimestre de 2005 está um pouco mais alta do que o previsto e, portanto, haverá uma inércia maior?, explicou.

Este movimento, de acordo com Maia, deverá fazer com que nos próximos dias a consultoria revise para cima sua projeção para o IPCA de 2006, hoje em 4,2%, abaixo do centro da meta. Ele também acredita que o comportamento das commodities poderá influenciar a inflação do próximo ano. 

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