Camarão brasileiro terá sobretaxa de 10,4%

Brasília (ABr) – O camarão brasileiro terá sobretaxa de 10,4% nas exportações para os Estados Unidos, conforme decisão do Departamento de Comércio dos EUA. O pedido inicial dos pescadores americanos foi de uma sobretaxa de cerca de 60%. De acordo com o ministro da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, José Fritsch, apesar do prejuízo, a decisão foi uma vitória para os pescadores do Brasil. "A nossa vantagem é que a China foi sobretaxada por 55%, e basicamente o camarão exportado da China para os Estados Unidos é do tamanho médio, que é o que concorre com o camarão brasileiro", destacou José Fritsch.

O ministro explicou que, durante o tempo em que as empresas brasileiras foram consultadas pelos Estados Unidos, o Brasil se preocupou em buscar outros mercados. Segundo ele, isso trouxe pontos positivos para nossa produção da região Nordeste. "Nós temos agora o mercado europeu, que é um mercado até mais valorizado para o camarão brasileiro."

José Fritsch disse ainda que o governo Lula criou a Estrutura Nacional da Pesca e da Aqüicultura. Com isso, segundo ele, quase todas as espécies de peixe vendidas em feiras ou supermercados tiveram o preço diminuído. "Hoje, o camarão custa muito menos do que custava dois anos atrás. Hoje, as nossas espécies de peixes nativos brasileiros, o tambaqui, o surubim, o pirarucu, o tucunaré, todas essas espécies estão com preço menor para o consumidor."

Recorrer ou não

Segundo informações da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, o ministro José Fritsch considera que o valor da sobretaxa, abaixo das expectativas de muitos produtores brasileiros, se deve, em boa parte, ao empenho da ABCC e da secretaria, em parceria com o Itamaraty e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

A Seap diz que a atuação conjunta desses órgãos foi no sentido de convencer o governo dos EUA de que o baixo custo de produção do camarão cultivado brasileiro se deve, principalmente, às condições ambientais favoráveis (que permite até três safras anuais na região Nordeste) e um custo relativamente baixo da mão-de-obra. A secretaria informa que a decisão de recorrer da taxação só acontecerá se os produtores brasileiros se manifestarem neste sentido.

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