Derrota para Obama

Câmara dos EUA rejeita aumento de límite da dívida do país

A Câmara dos Representantes dos EUA, dominada pelo Partido Republicano, rejeitou ontem, em votação simbólica, o plano do Partido Democrata para elevar o limite legal de endividamento do governo do país.

O Senado, controlado pelos democratas, havia votado contra um plano dos republicanos na noite de sexta-feira, de modo que persiste o impasse político que poderá levar à declaração de moratória da maior economia do mundo.

A bancada republicana na Câmara colocou em votação uma versão do projeto do líder da maioria (democrata) no Senado, Harry Reid, que eleva o teto da dívida em US$ 2,2 trilhões, o que seria suficiente para permitir ao governo funcionar até 2013, e corta os gastos públicos em US$ 2,2 trilhões nos próximos dez anos.

Os republicanos usaram, porém, uma manobra de procedimentos pela qual seriam necessários dois terços dos votos para que esse projeto fosse aprovado. Foram 173 votos a favor e 246 contra.

O Senado, por sua vez, deve iniciar o debate sobre o projeto de Reid à 1h deste domingo (2h em Brasília), numa maratona de discussões e votações que poderá se estender por todo o dia.

Os senadores democratas e o presidente Barack Obama passaram boa parte do sábado tentando atrair apoio de republicanos suficiente para chegar aos 60 votos necessários para que o projeto avance.

Mas um grupo de 43 senadores republicanos enviou uma carta a Reid afirmando que não vai apoiar esse projeto, o que sugere que será difícil conseguir os 60 votos necessários para garantir que o plano chegue ao plenário sem mudanças. “Ele não vai passar no Senado e não vai passar na Câmara; é um projeto sem futuro”, disse o líder da minoria (republicana) no Senado, Mitch McConnell.

Essa incerteza fez o senador Reid e a líder da minoria (democrata) na Câmara, Nancy Pelosi, seguirem para a Casa Branca logo depois da votação na Câmara, para consultas com Obama. Horas antes, em seu programa semanal pelo rádio, o presidente havia dito que “há múltiplas maneiras de resolver esse problema” e que “o Congresso precisa encontrar terreno comum em torno de um plano que possa obter o apoio dos dois partidos na Câmara. E tem de ser um plano que eu possa assinar até terça-feira”.

O limite legal de endividamento do governo dos EUA, de US$ 14,29 trilhões, foi alcançado em meados de maio; na ocasião, o Departamento do Tesouro disse que teria como fazer manobras que permitissem ao governo continuar funcionando até 2 de agosto; sem um acordo no Congresso, alguns órgãos do governo poderão ter de fechar por falta de recursos a partir da próxima terça.

No dia 15, porém, há um vencimento de juros da dívida de US$ 31 bilhões; caso o pagamento não seja feito, as agências de classificação de crédito deverão rebaixar o rating dos EUA, que servem de referência para vários tipos de ativos nos mercados financeiros internacionais. A turbulência que isso pode provocar nos mercados globais teria consequências imprevisíveis. As informações são da Dow Jones.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna