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Caixa tem expectativa de geração de 70 mil empregos com crédito para lotes

A Caixa Econômica Federal espera que a nova linha de crédito para loteamentos urbanos, inédita no mercado brasileiro, contribua para a geração de 70 mil empregos no País, de acordo com o presidente do banco, Gilberto Occhi. “A estimativa está no mapeamento que fizemos dos empreendimentos potenciais para o Produlote, que vai financiar empreendimentos urbanos em todo território nacional uma vez que queremos não só conceder recursos para loteadoras, mas também contribuir com o desenvolvimento urbano local”, disse ele à imprensa, após participar de evento de lançamento do produto, na sede do Sindicato da Habitação (Secovi-SP).

Em seu lançamento, a Caixa prevê liberar R$ 1,5 bilhão em recursos já neste ano e que já estão disponíveis nas agências do banco público a partir desta terça-feira, 8. Segundo Occhi, esse montante deve ser consumido por loteadoras e urbanizadoras até o final de 2017, mas, caso não seja demandado estará disponível no ano que vem. Novas liberações, conforme o presidente da Caixa, serão avaliadas mediante demanda pelo produto.

Mais cedo, durante evento de lançamento do Produlote que contou com a participação do presidente Michel Temer, ele disse que a nova linha de crédito é mais uma solução que pode ajudar o País a sair da “imensa crise” que vive nos últimos anos. Segundo Occhi, também preenche uma lacuna de empresários do setor que se financiavam com recurso próprio, de terceiros, private equity (fundos que compram participações em empresas) ou capital de giro junto a bancos.

O crédito para a produção de loteamentos da Caixa terá juros anuais de 15% a 18%, conforme Nelson Antônio de Souza, vice-presidente de Habitação do banco. O patamar, segundo ele, é inferior ao atualmente pago por empresas que atuam no segmento. Caio Portugal, vice-presidente de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Secovi-SP, afirmou que hoje o custo desses empresários varia entre 2,5% e 3% ao mês.

“Como vai ser um recurso mais barato para as empresas, o preço final do imóvel também deve reduzir para quem for financiar”, destacou o vice-presidente de Habitação da Caixa. Segundo ele, os recursos do banco são oriundos, principalmente, da tesouraria da instituição, mas também há uma fatia de Sistema Financeiro Imobiliário (SFI). O sistema de amortização será constante, pela tabela SAC.

Do lado da Caixa, segundo o vice-presidente do banco, o novo produto é seguro porque conta com dupla garantia: além dos recebíveis do empreendimento, um outro imóvel que a empresa colocará como garantia a exemplo do home equity (em que o tomador de recurso concede um imóvel quitado como garantia para a obtenção de um empréstimo pessoal). Por essa justificativa, ele minimizou a demora dos bancos para explorar o setor de loteamentos e disse que a linha completa o portfólio da Caixa na área da habitação, da qual é líder com cerca de 68% de participação.

Portugal, do Secovi-SP, estima que o mercado de loteamentos produza mais de 200 mil unidades por ano. Com a parceria com a Caixa, segundo ele, será mais fácil atrair outros bancos para a modalidade. Segundo ele, o Bradesco chegou a fazer dois pilotos de crédito para loteamentos, mas o projeto não foi para a frente.

Na mira da Caixa, estão loteadoras e urbanizadoras com faturamento fiscal anual superior a R$ 15 milhões. A linha de crédito vai financiar até 70% do custo da infraestrutura do loteamento e é limitada a 50% do valor global de vendas (VGV). O prazo é de 78 meses, sendo 24 meses de obra, mais seis meses de carência no pós-obra e 48 meses para quitar o empréstimo.

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