Brasília (AE) – A proposta da Caixa Econômica Federal de cobrar uma taxa do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para garantir retorno de, no mínimo, taxa referência (TR) mais 3% ao ano para os recursos do patrimônio líquido do fundo utilizados em investimentos de infra-estrutura foi recebida de forma distinta entre as lideranças sindicais.
A posição do banco estatal, possivelmente o futuro gerenciador das receitas do fundo de financiamento de infra-estrutura, abre mais uma polêmica no meio sindical, que já discutiu a existência do fundo, a rentabilidade mínima a ser exigida dos projetos e, agora, debate a cobrança dessa taxa.
?Pelo que entendemos do que foi dito pela diretoria da Caixa, o FGTS paga dobrado: empresta o dinheiro e ainda paga um valor para ter garantia de retorno. Se esse raciocínio está correto, barraremos essa proposta?, afirma o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho. ?Só é possível ter garantia de retorno se o seguro for cobrado?, adianta o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique Silva Santos.
O entendimento da CUT e do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que é filiado à CUT, é que existem outras formas de garantir o retorno dos R$ 5 bilhões do patrimônio líquido do FGTS a serem investidos em infra-estrutura, além do pagamento da taxa cobrada pela Caixa.
O presidente da Força Sindical disse que vai consultar especialistas para analisar mais a fundo a questão para, posteriormente, debater o assunto com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, em reunião a ser agendada com todas as centrais sindicais.