Acordos propostos pela Caixa Econômica Federal em ações movidas por poupadores que reclamam a diferença do Plano Bresser, de junho de 1987, oferecem valor que corresponde a 30% do que o poupador receberia se a correção seguisse índices da caderneta mais juros de 0,5% ao mês, conforme vêm determinando sentenças judiciais. Há audiências da Caixa com poupadores até sexta.
O advogado Alexandre Berthe, do escritório Berthe e Montemurro, diz que o valor da Caixa embute apenas correção monetária e juros de mora de cerca de 4 meses. A poupadora Helena Akiko, por exemplo, foi uma das pessoas que receberam um aviso da Caixa para fazer acordo no Juizado Federal. Pela diferença relativa a saldo de Cr$ 271.309 o aviso oferece R$ 2.590. Pelos índices de poupança mais juros de 0,5% ao mês, o valor chega a R$ 8.518.
Por meio de sua Assessoria de Comunicação, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que abrange os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, informa que o cálculo usado pela Caixa é o adotado pelo tribunal para corrigir monetariamente valores, mas "se as partes não concordam não são obrigadas a fazer a acordo e devem, então, aguardar o julgamento". Helena vai recusar o valor proposto.
Berthe diz que as ações para as quais a Caixa busca acordo nem tiveram ainda sentença do juiz. Ele orienta o poupador a recusar o acordo e aguardar a sentença. "A maioria das sentenças vem determinando o pagamento dos juros de 0,5% ao mês, o que a Caixa não está considerando na proposta de acordo e chega a cerca de 230% desde junho de 1987?, diz Berthe.