O Banco da Venezuela, unidade local do espanhol Santander, deverá passar por uma grande transformação caso venha realmente a ser comprado pelo governo daquele país. Essa reforma poderá tomar como base o modelo de operação da Caixa Econômica Federal (CEF), banco público que apóia investimentos governamentais e oferece serviços financeiros para clientes em áreas remotas do Brasil.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse que se reuniu com representantes da CEF dias antes de anunciar a “nacionalização”, citou o banco brasileiro como modelo e prometeu transformar o Banco de Venezuela “numa entidade municipalizada e ultramoderna”. Segundo informou nesta semana o jornal El Nacional, Chávez ofereceu US$ 1,2 bilhão pela subsidiária do Santander. O banco espanhol, no entanto, pede US$ 1,8 bilhão.
Com 285 agências espalhadas por todo o país, o Banco de Venezuela ofereceria ao governo alcance considerável para a distribuição de fundos destinados a iniciativas sociais, pagando salários de servidores públicos e atendendo ao crescente número de companhias estatais. A instituição, no entanto, vinha se especializando na concessão de empréstimos de alto valor, atividade que se beneficia de uma explosão do consumo, algo que Chávez critica algumas vezes.
O Banco da Venezuela tem aproximadamente 11% dos depósitos do sistema financeiro, de acordo com a Softline Consultores, uma empresa de pesquisa do setor. A instituição também é o terceiro maior banco do país em ativos, com US$ 11 bilhões. As informações são da Dow Jones.