A presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Ramos Coelho, afirmou hoje que é uma decisão do banco trabalhar com as menores taxas de juros do mercado. Ela deixou em aberto a possibilidade de novas reduções nas taxas. Segundo a executiva, os bancos públicos estão tendo papel estratégico no enfrentamento da crise e isso se deve a uma política do governo federal de fortalecimento das empresas estatais. “Se a crise nos pegasse em 2003, seria dramático, pois não teríamos capacidade de responder”, afirmou Maria Fernanda. “Os bancos públicos têm atuado intensamente de forma anticíclica”, disse, lembrando que o crédito na Caixa cresceu mais de 50% durante a crise.
Ela afirmou que não cabem as comparações sobre a lucratividade da Caixa com o setor privado. “O que a Caixa precisa ter é a sustentabilidade de suas operações em todas as áreas. Este é o papel de uma instituição pública”, afirmou.
A possibilidade de uma ação anticíclica do Estado na crise, na visão de Maria Fernanda, é o fator que explica porque pela primeira vez as famílias de baixa renda no Brasil não estão sofrendo em meio à crise. Ela também negou a possibilidade de a atuação agressiva dos bancos públicos provocar risco de insolvência futura das instituições. “Não existe nenhuma possibilidade de isso acontecer”, afirmou.
