Cai o superávit da balança comercial

O aumento das importações e um menor volume das exportações fizeram com que o saldo da balança comercial ficasse em apenas US$ 343 milhões na semana passada, bem abaixo do registrado nas semanas anteriores. Na terceira semana, o superávit foi de US$ 985 milhões.

O resultado da quarta semana – dias 18 a 24 – é a diferença entre as exportações de US$ 2,001 bilhões e as importações de US$ 1,658 bilhão. Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento.

No acumulado do mês, o superávit comercial – saldo positivo entre exportações e importações – é de US$ 3,041 bilhões, com vendas ao exterior que somaram US$ 7,756 bilhões e compras de US$ 4,715 bilhões.

No acumulado do ano, o saldo da balança está em US$ 22,712 bilhões, um crescimento de 28,85% sobre o mesmo período do ano passado (US$ 17,635 bilhões).

As exportações somam US$ 61,434 bilhões e as importações, US$ 38,722 bilhões, um crescimento de 22,4% e 19%, respectivamente.

A média diária das exportações – total vendido por dia útil – está em US$ 484,8 milhões, um crescimento de 18,6% até o dia 24 na comparação com o mesmo mês do ano passado. Na comparação com junho, a média diária está 4,5% maior. Até a semana passada, a média diária era de US$ 523,2 milhões.

Já a média diária das importações apresentou um aumento de 17,3%, para US$ 294,7 milhões. Em relação ao mês de junho, há um aumento de 5%.

Para este ano, o mercado financeiro prevê um superávit comercial de US$ 37 bilhões, contra US$ 33,696 bilhões do ano passado – recorde histórico.

Greve

O ministro interino do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, atribuiu o fraco desempenho do superávit da balança comercial na semana passada à paralisação dos técnicos da Receita.

Segundo Ramalho, no entanto, o efeito deverá ser passageiro e a próxima divulgação já deverá mostrar recuperação das exportações. ?Não houve nenhuma mudança de comportamento das exportações, que continuam indo bem. Isso foi um fenômeno de poucos dias, acredito que nesta semana a média já deve voltar ao normal?, afirmou.

Impacto do yuan não será no curto prazo

Rio (ABr) – A recente medida de valorização da moeda chinesa (yuan) em 2,1%, adotada na última semana pelo governo da China, não irá modificar a balança comercial com o Brasil no curtíssimo prazo, avaliou ontem o ministro interino do Desenvolvimento, Ivan Ramalho, em palestra no Instituto Brasileiro de Executivos Financeiros do Rio de Janeiro (Ibef/RJ).

Ele disse concordar com a maioria dos analistas, que afirma que apenas 2% não são suficientes para modificar o quadro comercial existente entre Brasil e China. ?O que achamos importante é que é um sinal. Agora o câmbio chinês começa a flutuar e as possibilidades (de aumento nas exportações) são, a médio e longo prazos, principalmente (boas) para os produtos manufaturados (do Brasil)?, afirmou.

Observou que os produtos básicos, como soja e minério de ferro, que compõem a principal pauta exportadora brasileira para a China e já têm contratos de fornecimento, não devem sofrer modificação mais expressiva. ?Em um processo contínuo de flutuação cambial, o produto manufaturado brasileiro, que hoje é exportado para economias bastante competitivas e onde existe uma concorrência grande, como Estados Unidos, por exemplo, Argentina ou países da América do Sul, podem ficar mais competitivos para o consumidor chinês. Essa é a grande preocupação nossa.?

Ivan Ramalho avaliou que a exportação brasileira para a China está ainda com uma pauta muito concentrada em básicos ?e é importante que o Brasil consiga diversificar?. O ministro interino do Desenvolvimento disse ver boas possibilidades para a indústria de máquinas e equipamentos, material de transporte, aviação (a Embraer já tem negócios com a China, lembrou), dentre outros produtos manufaturados que o Brasil já exporta e que podem ampliar os embarques para a China.

?A China, embora seja sabidamente muito competitiva na área de manufaturas e produtos industrializados, não produz tudo que consome. A China é também uma grande importadora mundial.? A corrente de comércio anual da China atinge atualmente mais de US$ 1 trilhão. A China é a 3.ª maior exportadora mundial, atrás apenas dos Estados Unidos e Alemanha, ?com exportações anuais acima de R$ 600 bilhões. Mas não podemos nos esquecer que a China também importa anualmente R$ 500 bilhões?, sublinhou.

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