O número de famílias paulistanas endividadas caiu de 53,8% do total em fevereiro para 52,8% em março, o que significa cerca de 40 mil famílias a menos, mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). O total de endividados na capital paulista recuou para 1,89 milhão de famílias. Em relação a março do ano passado, no entanto, são 130 mil a mais. O principal vilão da dívida continua sendo o cartão de crédito, razão da dívida de 69,8% dos paulistanos.
De acordo com a entidade, a diminuição se deve basicamente a dois fatores: ao nível de ocupação atual, com 94% dos paulistanos empregados, e ao otimismo do consumidor – o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) da Fecomércio chegou a 158,2 pontos em março, numa escala que varia de 0 (pessimismo total) a 200 pontos (otimismo total).
O cenário positivo, porém, estimulou gastos de uma parte da população que agora atrasa seus pagamentos, segundo a Fecomercio-SP. Os dados revelam que o total de famílias com contas em atraso passou de 15,3% em fevereiro para 17,2% em março. Já o número de famílias inadimplentes (aquelas que não terão condição de pagar total ou parcialmente suas dívidas) subiu de 4,4% em fevereiro para 6,4% em março. “Esse nível não é alarmante se comparado aos demais resultados da série histórica e demonstra que a maior parte dos paulistanos continua sendo capaz de honrar suas dívidas”, avalia a Fecomércio.
Em março, 31,2% dos paulistanos endividados afirmam estar comprometidos financeiramente por mais de um ano; 21,8%, de seis meses a um ano; 21,9%, de três a seis meses; e 23,3%, por menos de três meses. A parcela da população que comprometeu entre 11% e 50% de sua renda mensal também caiu, de 60,9% em fevereiro para 54,8% em março. Além disso, conforme a pesquisa de março, 20,9% comprometeram menos de 10% da renda familiar e 18,2%, mais de 50%.