A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou na Grande Curitiba, passando de 0,23% em abril para 0,11% em maio. Em nível nacional, também houve redução, porém menos expressiva: de 0,28% para 0,25%. Com esses resultados, a inflação acumula no ano alta de 1,79% em nível nacional e de 1,16% em Curitiba e região metropolitana (RMC), segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na RMC, a queda na inflação foi puxada principalmente pela gasolina, que ficou 3,83% mais barata – a maior queda entre as 11 regiões pesquisadas. Na média nacional, o derivado de petróleo subiu 0,33%. Em Curitiba, o preço da gasolina já caiu 9,64% desde o início do ano, enquanto na média nacional houve aumento de 0,27%. O preço médio do combustível na RMC em maio era, segundo o IBGE, R$ 2,285, o menor do País.
Também houve queda no preço do álcool, de 2,89%, na RMC no mês passado – a segunda maior redução do País, atrás apenas de Goiânia (-5,11%). No ano, o álcool combustível já subiu 16,63% no País e 0,82% em Curitiba, onde o preço médio do litro em maio ficou em R$ 1,558 – o terceiro menor do País, atrás de São Paulo (R$ 1,484) e Recife (1,568).
Alimentos
Em nível nacional, a inflação de maio foi puxada sobretudo pelo grupo ?alimentos?, cujos preços aceleraram de 0,03% em abril para 0,16% em maio. O destaque ficou por conta de ?leite e derivados?, que teve aumento de 3,75% e respondeu por maior contribuição individual do índice, com fatia de 0,07 ponto percentual.
Na RMC, os preços dos alimentos também aceleraram: de 0,12% em abril para 0,68% em maio. Itens do subgrupo ?leite e derivados? ficaram 5,19% mais caros.
A inflação de Curitiba sofreu ainda pressão do grupo vestuário – com alta de 1,16%, com destaque para as roupas femininas, que ficaram 2,46% mais caras em relação a abril – e o transporte público, com alta de 3,72%.
Pressão inflacionária
As perspectivas para o IPCA – usado pelo governo para balizar a meta oficial de inflação – de junho não mostram nenhum item que possa apresentar pressão significativa sobre a taxa, segundo a coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos.
Segundo ela, o álcool deverá prosseguir em tendência declinante de preços, com efeitos também sobre a gasolina. No caso dos alimentos, ?não há visibilidade de produtos além do leite? com alta.
A coordenadora afirmou também que o dólar abaixo de R$ 2 ainda não apresentou efeitos visíveis na inflação de maio, mas isso poderá ocorrer nos próximos meses, já que o câmbio tem impacto sobre produtos importantes nas despesas das famílias.
Segundo Eulina, as pressões já conhecidas para a inflação de junho são o reajuste do gás veicular (10% no dia primeiro de junho) que tem peso de apenas 0,10% no IPCA e o aumento de 2,45% na tarifa de energia elétrica em Recife a partir do dia 29 de maio.
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para a camada de renda mais baixa, ficou em 0,26% em maio, o mesmo resultado de abril. Já na Grande Curitiba, o INPC acelerou de 0,23% em abril para 0,48% em maio. No ano, o INPC acumula alta de 1,88% no País e 1,62% na RMC.