A piora no clima econômico mundial levou a região latino-americana a uma fase de declínio do ciclo econômico entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano. É o que mostrou hoje o Índice de Clima Econômico (ICE) da América Latina, que recuou de 5,6 pontos da pesquisa anterior, de julho, para 4,4 pontos em outubro. Devido às incertezas do cenário econômico mundial, o índice ficou abaixo de sua média histórica, sinalizando a entrada da região em fase de declínio, após permanecer em boom econômico entre julho de 2010 e julho de 2011.
A conclusão consta da Sondagem Econômica da América Latina, feita em parceria pelo Institute for Economic Research at the University of Munich, ou Instituto alemão IFO, e Fundação Getúlio Vargas (FGV). A sondagem é trimestral e suas respostas são usadas para o cálculo do ICE, que vai até nove pontos.
Entre julho e outubro, houve piora moderada das avaliações a respeito da situação atual. Mas as expectativas tornaram-se muito mais pessimistas. O Índice da Situação Atual (ISA) recuou de 5,9 para 5,2 pontos no período. Apesar da queda, o nível superior a 5 pontos indica avaliação ainda favorável a respeito do momento presente. Porém, o Índice de Expectativas (IE) sinalizou pessimismo em relação aos próximos meses, ao recuar de 5,3 para 3,5 pontos, o menor nível desde janeiro de 2009 (2,3 pontos).
Nos 11 países pesquisados para o cálculo do indicador, dez registraram recuo no índice de clima econômico, de julho para outubro. É o caso de Bolívia; Colômbia; Equador; Uruguai; Venezuela; Argentina, Brasil, México; Chile e Paraguai. O único a apresentar melhora no clima econômico no período foi o Peru. Para a pesquisa, as instituições consultaram 143 especialistas de 18 países.