economia

Caffarelli: retorno do BB em 2019 deve estar mais próximo do de pares privados

O retorno sobre o patrimônio líquido do Banco do Brasil deve em 2019 já estar mais próximo do patamar dos pares privados, de acordo com o presidente da instituição, Paulo Caffarelli. “Quando começamos esse trabalho, de atingir a rentabilidade dos nossos pares, tínhamos metade do resultado do Bradesco e um terço do Itaú. Atingir o mesmo patamar demora um pouco mais, mas a nossa expectativa é que a partir de 2019 nosso retorno já esteja mais próximo dos pares privados”, explicou o executivo, em reunião com analistas e investidores, nesta tarde de quarta-feira, 6.

De acordo com Caffarelli, a rentabilidade do BB, que vem em uma trajetória ascendente deste que o executivo assumiu o comando do banco, será maior em 2018. O retorno sobre patrimônio líquido (RSPL) da instituição foi a 10,8% ao final de setembro, aumento de 0,1 ponto porcentual ante junho, quando estava em 10,7%. Em um ano, o indicador teve melhora de 0,9 ponto porcentual (p.p.). Já no acumulado de 2017, a rentabilidade da instituição chegou a 12,3%.

Planos econômicos

Caffarelli afirmou que o volume de provisões que a instituição tem para fazer frente a eventuais impactos das ações judiciais por conta dos planos econômicos dá total tranquilidade para o banco fechar um acordo com os poupadores. Ele não quis, porém, dar mais detalhes sobre o assunto. “Comentários neste momento podem atrapalhar as negociações”, explicou o executivo.

O BB possui cerca de R$ 4,3 bilhões em provisões por conta de planos econômicos. Considerando cálculos do JPMorgan, a fatia correspondente ao banco do total do valor que será pago aos poupadores, que pode ficar entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões, é de 22%. Assim, as perdas da instituição girariam entre R$ 2,2 bilhões e R$ 3,3 bilhões, ou seja, abaixo das provisões constituídas.

Os poupadores questionam diferenças de correção monetária adotada pelos bancos para remunerar as cadernetas por conta dos planos Bresser (1987), Verão (1989), Collor I (1990) e Collor II (1991). O acordo entre os clientes e bancos encerra uma batalha jurídica que se estende por 24 anos. Procuradas, as instituições financeiras mencionadas e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) não comentaram.

Banco Patagônia

Caffarelli afirmou que a instituição não precisa se desfazer de sua participação no argentino Patagônia e que o objetivo, como já anunciado, é fazer um follow on (oferta subsequente) no melhor momento da bolsa argentina. “O follow on faz mais sentido para o Patagônia. Não temos necessidade de vendê-lo. O banco é lucrativo”, destacou o executivo, em reunião com analistas e investidores, nesta tarde.

Caffarelli reforçou que o banco não pretende se desfazer de ativos que sejam core para a instituição e mencionou ainda que o BB espera concluir a oferta de ações da Neoenergia na semana que vem, cuja precificação está agendada para o dia 14 de dezembro.

ADR

Sobre o lançamento de ADRs (American Depositary Receipt) nível 2 do BB, Caffarelli afirmou que esse passo será dado no momento oportuno. Segundo Bernardo Rothe, Vice-Presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do banco, o trabalho de lançamento de ADR nível 2 não parou e está sendo realizado. Necessita, contudo, conforme ele, de uma janela de oportunidade para que se materialize.

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