O Paraná deve fechar 2009 com uma queda de 43,8% na produção de café arábica, em relação à safra passada. A queda, apesar de generalizada no País, devido ao fato da temporada atual ser da chamada bienalidade negativa, quando há redução na colheita, foi mais significativa no Estado a média nacional foi de -14,2%.
A estimativa foi divulgada ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que aponta uma “crise de renda” no setor, que poderá levar até à saída em definitivo de muitos cafeicultores paranaenses da atividade.
No País, a produção do grão fechou o ciclo com o beneficiamento de 39,47 milhões de sacas de 60 quilos, contra 46 milhões na safra de 2008. Já no Paraná, a safra deste ano fechou com 1,47 milhão de sacas, contra 2,6 milhões no ano passado. A queda, proporcionalmente, é a maior entre os nove principais estados produtores.
Segundo o relatório da Conab, o clima é principal culpado da queda de produção no Estado. A estiagem ocorrida no período de frutificação, entre fevereiro e abril, e o excesso de chuvas no período da colheita, entre junho e outubro, afetou a quantidade e principalmente a qualidade do produto, de acordo com o órgão. As chuvas intensas atrapalharam, inclusive, o processo de secagem.
Ainda conforme o relatório houve dificuldades para realizar a colheita, no Paraná, em função da escassez de mão-de-obra, o que causou aumento substancial no custo. Com todos esses fatores, o custo de produção ficou “bem acima do preço médio recebido, também depreciado pela qualidade do café”.
Por outro lado, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Reinhold Stephanes, afirmou ontem que o mercado está sinalizando “uma forte tendência de melhoria de preço do café nos próximos anos”.
Segundo ele, os estoques mundiais devem cair, o que deve elevar o preço do café. A situação, disse ele, é “extremamente favorável” para grandes produtores como o Brasil. Stephanes ainda lembrou que a produtividade do grão durante o ano foi boa e a produção total ficou dentro da expectativa.
Cana
Se no café a situação preocupa, na cana-de-açúcar o aumento na produção é comemorado. Ainda de acordo com a Conab, a indústria sucroalcooleira deve moer, na safra 2009/10, 612,21 milhões de toneladas do produto, um recorde nacional e um avanço de 7,1% em relação ao ano passado.
No Paraná, a produção deve fechar em 50,1 milhões de toneladas, o que significa um aumento de 13,3% em relação à safra 2008/09. Do total da produção estadual, a Conab prevê que 23,7 mil toneladas (47,3%), sejam destinadas ao açúcar e 26,4 mil (52,7%), ao álcool.