Foto: Ciciro Back/O Estado

Gasolina e álcool mais baratos: situação atípica.

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Quem abasteceu o carro ontem se surpreendeu com os preços nas bombas. Em Curitiba, era possível encontrar o litro da gasolina comum sendo vendido por R$ 2,15 ou até menos. Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis no Paraná (Sindicombustíveis-PR), Roberto Fregonese, a queda nos preços não deve se sustentar por muitos dias. ?Para mim, é um prenúncio de alta. Logo, tudo volta ao normal. Ninguém trabalha no prejuízo por um longo tempo?, afirmou Fregonese.  

Segundo ele, o litro da gasolina representa um custo de aproximadamente R$ 2,12 à distribuidora, que a revende a cerca de R$ 2,21, R$ 2,23 a postos de combustíveis. ?Tive informações que há postos vendendo a gasolina por até R$ 2,09. Não há como sustentar este preço?, afirmou. Na sua opinião, alguma grande distribuidora pode ter ?desovado? uma grande quantidade de combustível, puxando os preços para baixo. ?O mercado é muito reativo. Um baixa os preços, outro também e outro, até que se chega à asfixia e volta tudo ao patamar antigo?, apontou. ?O consumidor não deve se surpreender se voltar ao preço que era antes. Tudo depende do oxigênio de quem tiver brigando.?

Conforme levantamento feito pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), na semana passada o preço médio da gasolina em Curitiba era R$ 2,425, com o valor oscilando entre R$ 2,339 e R$ 2,599. O preço médio ainda é menor do que o registrado na semana anterior (R$ 2,491). ?Em Curitiba, a praça é muito sensível, atípica. Antes, levava uma semana para o preço do combustível cair. Agora, cai num dia. Quando sobe, também é de uma vez só?, comentou.

?Meu conselho é que o consumidor aproveite enquanto o preço está baixo, mas que tome alguns cuidados, como pedir a nota fiscal e, em caso de dúvida sobre o produto, exigir que o posto faça o teste de qualidade?, comentou, lembrando a operação do Nurce (Núcleo de Repressão a Crimes Econômicos) na última quarta-feira, que cumpriu mandados de busca e apreensão em três postos de combustíveis na região de Maringá, e na sede do Instituto de Pesos e Medidas do Paraná (Ipem), em Curitiba. Os proprietários dos estabelecimentos são acusados de prática de dumping (venda abaixo do custo), formação de cartel, lavagem de dinheiro, crimes contra a ordem tributária. ?Muitas vezes o preço baixo é decorrente de fraude ou sonegação de impostos?, alertou.

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Outro conselho, segundo ele, é que o motorista verifique quantos quilômetros o veículo está fazendo com um litro de combustível. ?Pode haver excesso de água no álcool, por exemplo, e o rendimento cair. Por isso, é importante tirar o hidrômetro para se prevenir e se preservar,? orientou ele.