Brasília – A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou a indicação de Mario Gomes Torós para a diretoria de Política Monetária do Banco Central. A indicação foi aprovada por 24 votos a favor e 3 contrários. O presidente da CAE, senador Aloizio Mercadante (PT-SP), disse que há muito tempo a comissão não conseguia com que todos os senadores votassem para a indicação de um diretor do Banco Central, a exemplo do que ocorreu com Torós. À tarde, o plenário do Senado aprovou a indicação de Torós por 52 votos favoráveis e 7 contrários.
Durante a sabatina no Senado, Torós disse, entre outras coisas, que o País não está condenado a ter taxas de juros elevadas por muito tempo, mas ponderou que é preciso ?ir com cautela? no processo de queda da taxa Selic.
Ele avaliou que ao se observar a taxa Selic é possível verificar que ela está hoje em um novo nível. ?Conseguimos romper determinado patamar?, disse ele, destacando que esse rompimento vale tanto para as taxas de juros reais quanto as nominais. O juro real – descontada a inflação -, destacou ele, está em um dígito. ?Entramos em uma nova seara. Devemos ir com cautela.?
Mesmo assim, segundo Torós, a taxa de juros é cadente e pode cair ?muito mais ao longo das próximas reuniões do Copom?. Torós respondia a uma pergunta do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que queria saber como Torós teria votado na última reunião, se por uma queda de 0,25 ponto porcentual ou de meio ponto porcentual. Torós argumentou que seria muito difícil responder à pergunta sem ter participado do debate da reunião, além de considerar ?pouco elegante? dar uma opinião ainda como postulante do cargo de diretor.
Ao responder a uma pergunta sobre os setores afetados pela taxa de câmbio, Torós destacou que o governo já se mostrou sensível ao problema e que ?vai conceder a esses setores algum benefício?.
Ele também falou sobre o nível da taxa de investimentos, que considera ainda baixo no Brasil. Mas disse que a boa notícia é que a taxa de investimentos está crescendo no Brasil e, como sinalizam os indicadores econômicos, entre eles a taxa de importação e o consumo de papel e papelão. ?Estamos iniciando um ciclo puxado pelo investimento?, afirmou.