Brasília – Fevereiro foi mais um mês ruim para as cadernetas de poupança. Os saques superaram os depósitos em R$ 1,6 bilhão no mês, elevando para R$ 2,6 bilhões o saldo líquido negativo acumulado no ano. Enquanto a poupança perde fôlego, os Fundos de Investimento Financeiro (FIFs) vêm ganhando clientes a cada dia. Até o dia 27 de fevereiro, segundo dados do Banco Central, os FIFs acumulavam uma captação líquida positiva de R$ 4,5 bilhões.
“Está havendo uma clara migração de recursos da poupança para os FIFs”, disse um técnico do BC. Ele explicou que essa tendência vem desde o final do ano passado, quando os FIFs reverteram a queda acentuada do meio do ano e, impulsionados por novos produtos, voltaram a apresentar um perfil atrativo para o investidor.
De acordo com os técnicos, os bancos estão tratando de dar aos FIFs rentabilidade, segurança e liquidez diária. Com isso a poupança perde pontos para o aplicador, que sabe que só pode sacar sem perda uma vez no mês, na data de aniversário, e que o rendimento da aplicação é pequeno, principalmente se comparado com as demais opções disponíveis no mercado.
Além disso os FIFs estão tão disseminados que até mesmo instituições financeiras sem conta de depósitos à vista oferecem essa opção aos clientes, o que não acontece com a poupança. “Os grandes bancos de varejo mexem com poupança, mas eles são pouco mais de 50, enquanto que os fundos estão presentes no cardápio de mais de 300 instituições financeiras e isso também faz diferença”, argumentou um técnico.
Pelos dados do BC os depósitos na caderneta somaram R$ 42,957 bilhões em fevereiro, contra R$ 44,565 bilhões em saques, o que resultou numa perda líquida de R$ 1,6 bilhão. Em fevereiro de 2002 a perda de captação na poupança foi de R$ 248,309 milhões. O saldo de todas as contas de poupança, já com os rendimentos creditados, acumulavam em fevereiro último R$ 139,419 bilhões, enquanto que o patrimônio líquido dos FIFs ultrapassava R$ 348 bilhões.