Cadeia produtiva bovina faz reivindicações

Em carta aberta, representantes de todos os elos da cadeia da carne bovina pediram o fim dos constantes cortes de verba para a defesa sanitária, maior participação nas negociações internacionais e medidas para melhorar o desempenho da atividade.

Representantes de diversos elos da cadeia produtiva da carne bovina entregaram ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Roberto Rodrigues, carta com reivindicações e propostas para a atividade, durante a Expozebu 2005 (Uberaba, MG). Uma das principais reivindicações do documento, chamado de ?Carta da Expozebu?, é o fim dos constantes cortes orçamentários para a defesa sanitária que ameaçam a liderança do Brasil nas exportações da carne bovina e comprometem o desempenho do agronegócio brasileiro.

De acordo com Sebastião Costa Guedes, presidente em exercício do Conselho Nacional de Pecuária de Corte (CNPC), entidade que reúne representantes de todos os elos da cadeia da carne bovina e um dos signatários da carta, o objetivo do documento é respaldar a posição do ministro Roberto Rodrigues, que trabalha pela recomposição da verba para a defesa sanitária, que sofreu, em abril, um duro corte da equipe econômica do governo.

?Nos últimos anos, os recursos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para a defesa, que já são escassos, estão congelados e sofrem constantemente cortes inesperados, que prejudicam as exportações. A ?Carta da Expozebu? mostra como o setor privado reconhece a importância da defesa sanitária para assegurar as recentes conquistas do agronegócio brasileiro no comércio global e se preocupa com fatos desagradáveis, como a inadimplência do governo brasileiro junto ao Centro Panamericano de Febre Aftosa (Panaftosa) e à Organização Panamericana de Saúde (OPS). Neste ano não houve até agora pagamento algum ao Panaftosa, o que está prejudicando nossa imagem de país dedicado à erradicação da aftosa!?, afirma Guedes.

A ?Carta da Expozebu? também destaca os avanços conquistados pelo Brasil no campo da defesa sanitária. Hoje, mais de 80% do rebanho brasileiro, estimado em 195 milhões de cabeças, são livres de febre aftosa com vacinação e a comercialização de vacinas contra a doença bate recordes a cada ano. Além disso, o documento também pede a revisão da tributação para a produção animal, com o objetivo de proporcionar resultados mais justos para toda a cadeia, a inclusão da carne bovina na certa básica e na merenda escolar e maior participação do setor privado nas negociações internacionais.

Além de Sebastião Guedes (CNPC), também são signatários do documento Orestes Prata Tibery Júnior, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ); Antônio Russo Neto, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carnes (Abiec); Constantino Ajimasto Jr., presidente da Associação Brasileira do Novilho Precoce (ABNP); Alice Maria Barreto Prado Ferreira,  presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB); Fernando Antônio Campos, da Embrapa; Antenor Amorim Nogueira, presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte; Ovídio Carlos de Brito, presidente do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária SP (Fundepec); Jovelino Mineiro, vice-presidente do Serviço de Informação da Carne; e Cesário Ramalho da Silva, vice-presidente da Sociedade Rural Brasileira. 

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