Os dias do ex-banqueiro ítalo-brasileiro Salvatore Cacciola na prisão com vista para o Mar Mediterrâneo, em Mônaco, acabaram. Representantes do Ministério da Justiça e uma equipe da Polícia Federal (PF) chegaram no final da noite desta terça-feira (15) ao principado e nesta quarta (16) dão início à extradição. A operação de "resgate jurídico" se dará em duas etapas: pela manhã, o laissez passer, documento autorizando a sua passagem pela França, será entregue ao diretor de Serviços Judiciários, Philippe Narmino; no início da tarde, Cacciola deixará a prisão escoltado por policiais, rumo ao Rio de Janeiro.

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Os advogados brasileiros de Cacciola entraram ontem com três pedidos de habeas-corpus no Superior Tribunal de Justiça (STJ) no Rio, que já estão nas mãos do presidente do tribunal, ministro Humberto Campos. Num dos pedidos, os advogados argumentam que o ex-dono do Banco Marka poderá sofrer constrangimento público ao desembarcar no Brasil. Alegam que isso pode ocorrer se Cacciola for apresentado em público com algemas. Cacciola já havia recorrido ao Departamento Especializado em Direitos Humanos contra a Tortura das Nações Unidas (ONU) para evitar a extradição. Ele alegou práticas de tortura nas prisões brasileiras. O pedido foi negado.

Cacciola é procurado pela Justiça desde 2000, quando deixou o Brasil, via Paraguai, em direção à Itália.Em 2005, ele foi condenado, à revelia, no Brasil, a 13 anos de prisão por crimes de peculato – apropriação ilegal de recursos por funcionário público ou com auxílio de um – e gestão fraudulenta. A sentença diz que os Bancos Marka e FonteCindam deram R$ 1,5 bilhão de prejuízo à União durante a crise cambial de janeiro de 1999.

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