O governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), afirmou hoje que vai lutar “com todos os meios democráticos” contra o projeto de lei do governo que modificaria o critério de distribuição de royalties e participações especiais na produção de petróleo em novos campos do pré-sal. Segundo ele, a mudança que se cogita, distribuir a nova riqueza por todos os Estados, seria “um ato de brutalidade contra o Estado do Rio de Janeiro”.
“Quando o ministro (Edison) Lobão (das Minas e Energia) disse ‘fique tranquilo, no que é existente não vamos mexer, vamos mexer só no que for para frente’, eu não fico tranquilo”, afirmou. Segundo ele, o Rio já foi muito prejudicado no regime militar pela fusão “de cima para baixo” com o Estado da Guanabara e, no regime democrático, pela perda da capital para Brasília.
“Se querem mudar alguma coisa, o governador (do Espírito Santo) Paulo Hartung e eu já discutimos isso, aumente-se a participação especial e mude-se o critério de blocos. Hoje o pagamento de participação especial é só para grandes campos”, disse Cabral, defendendo que a cobrança seja estendida também para médios e pequenos, por decreto e não por projeto de lei votado no Congresso.
Cabral deu entrevista após participar da abertura do seminário Cenários e Perspectivas para o Brasil na sede do jornal O Globo. Também está presente ao evento o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), que defendeu que os novos recursos do pré-sal sejam distribuídos “com generosidade.” Minas seria um dos Estados beneficiados.
