BVA não conseguia levantar capital

Focado em empresas médias, o banco BVA, que teve intervenção decretada hoje pelo Banco Central, enfrentava dificuldade para levantar capital exigido para manter os empréstimos e as provisões necessárias para devedores duvidosos.
No final de junho, o banco estava com índice de Basileia, indicador de solvência, em 9,5% -no Brasil, o mínimo é de 11%. O mercado comenta que o banco precisava, no mínimo, de uma injeção de R$ 800 milhões para continuar operando.

Por esse motivo, enfrentava dificuldade para honrar os CDBs comprados pelos investidores, na maioria fundos de investimento e de pensão.

Apesar de ter sete agências, o BVA não tem correntistas nem trabalha com consumidores pessoa física, como o Cruzeiro do Sul e o PanAmericano.

Por esse motivo, o Banco Central não pensou em decretar regime de intervenção temporária como no Cruzeiro do Sul nem chamar o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) para fazer esse trabalho.

O maior risco hoje está com os investidores que compraram CDBs do banco, que somavam em junho R$ 3,9 bilhões. Desse total, só 29% estão cobertos pelo FGC pelo limite de R$ 70 mil para pessoa física e de até R$ 20 milhões para aqueles que compraram com o chamado DPGE, espécie de seguro adicional contratado.
Segundo dados do BC, o BVA tinha, em setembro, 3.802 clientes com cobertura pelo FGC.

Diferentemente do regime especial do Cruzeiro do Sul, a intervenção do BVA não tem uma data específica para terminar. Após a intervenção, o banco pode voltar à operação ou ser liquidado.

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