O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, pediu nesta segunda-feira (09) ao Congresso norte-americano que afrouxe as restrições impostas à exploração interna de petróleo como forma de fazer frente à elevação dos preços internacionais da matéria-prima (commodity), e defendeu o dólar forte ante as principais moedas estrangeiras.
Na sexta-feira (06), o contrato futuro do petróleo com vencimento em julho fechou em nível recorde, a US$ 138,54 o barril, alta de 8,41%, e bateu a máxima histórica a US$ 139,12 o barril, durante o pregão em Nova York.
Em declarações a jornalistas antes de embarcar para uma viagem à Europa, Bush admitiu que os preços dos combustíveis estão altos demais e voltou a pressionar o Congresso a permitir a exploração de petróleo na Reserva Natural do Ártico e outras áreas de preservação ambiental. Segundo ele, a exploração nessas áreas ajudaria o país "a atravessar esse difícil período encontrando mais suprimentos de petróleo, o que contribuiria para desfazer a pressão sobre o preço da gasolina".
Bush também admitiu que a economia dos EUA atravessa um momento problemático e disse que conversaria com os líderes europeus tanto sobre a questão do petróleo quanto sobre a do câmbio. "Falarei sobre o comprometimento de nosso país com relação ao dólar forte. Um dólar forte é do interesse de nossa nação, assim como é do interesse da economia mundial", defendeu Bush.
A recente desvalorização do dólar ante o euro tem sido apontada por muitos economistas como uma das principais responsáveis pela disparada do preço do petróleo nos mercados internacionais. Bush destacou que os mercados de capitais dos EUA estão entre os de maior liquidez do mundo e afirmou que a solidez e a saúde de longo prazo da economia norte-americana se refletirão no valor do dólar.
Os comentários de Bush vêm à tona em um momento no qual o candidato democrata nas eleições presidenciais de novembro, Barack Obama, inicia sua campanha contra o republicano John McCain direcionando o foco na atual situação da economia americana.
Bush partiu hoje para uma viagem em clima de despedida durante a qual visitará importantes capitais européias. Ele embarcou com destino à Eslovênia, onde participará de sua última reunião de cúpula EUA-União Européia (UE) como presidente. Depois ele visitará Alemanha, Itália, França, Inglaterra e Irlanda do Norte.