Bush admite cortar subsídios agrícolas

O presidente norte-americano, George W. Bush, disse ontem que cortaria os subsídios e tarifas comerciais se outros países fizerem o mesmo. ?Os Estados Unidos estão prontos para eliminar todas as tarifas e subsídios ao livre intercâmbio de bens e serviços se outros países fizerem o mesmo?, disse Bush durante discurso na sede da ONU (Organização das Nações Unidas).

Bush disse que é preciso que todos os países trabalhem juntos nas negociações de Doha (no âmbito da Organização Mundial do Comércio) para eliminar os subsídios agrícolas ?que distorcem o comércio e detêm o desenvolvimento?. ?E para eliminar as tarifas e outras barreiras para abrir os mercados aos agricultores no mundo todo.?

O presidente norte-americano não especificou a quem se dirigia, mas insistiu em que a União Européia (UE) deve dar o primeiro passo na eliminação dos subsídios agrícolas.

Entre os dias 13 e 18 de dezembro deve ocorrer uma reunião ministerial da OMC em Hong Kong, que busca concluir quatro anos de uma negociação lançada na cidade de Doha (capital do Qatar), para chegar a um acordo de liberalização comercial global, previsto para entrar em vigor a partir de 2006.

Bush disse ainda que os EUA estão comprometidos com o sucesso das negociações da OMC ?Sob Doha, todos os países ganharão e o mundo em desenvolvimento é o que ganhará mais?, disse. ?Historicamente, os países em desenvolvimento que se abrem ao comércio crescem a taxas muito mais altas que outros países.?

Posição européia

O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, disse que os americanos e os europeus devem fazer concessões recíprocas para desbloquear as negociações. ?É preciso que ambos avancem em alguns parâmetros para permitir que o restante seja desbloqueado?, disse Lamy.

A expectativa de Lamy é de que os ministros possam forjar um novo acordo comercial de nível global em Hong Kong, com ênfase na liberação dos mercados agrícolas dos países desenvolvidos para os mais pobres. ?Essa é obviamente minha prioridade número um, dois e três. Estarei completamente envolvido e incentivando a negociação e a cooperação?, disse Lamy.

Ronda a reunião, no entanto, um receio entre os analistas e mesmo entre representantes dos países da organização de que haja pouco tempo para tentar costurar um acordo abrangente antes da reunião.

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