economia

BTG Pactual: crise argentina teve impacto considerável sobre produção industrial

O desempenho da produção industrial do penúltimo mês de 2018, de alta de apenas 0,1%, e a revisão no dado de outubro indicam uma herança estatística menor para o quarto trimestre, observa o BTG Pactual em nota. “Enquanto o dado de novembro veio em linha com nossa expectativa, a revisão em baixa de outubro de alta de 0,2% para -0,1% sugere uma produção do quarto trimestre ainda mais fraca do que a inicialmente prevista”, afirma.

Conforme o banco, o resultado da Pesquisa Industrial Mensal (PIM) do penúltimo mês de 2018 foi “esmagadoramente negativo”. A fraqueza foi generalizada, ressalta, com apenas alguns segmentos específicos mantendo o dado mensal marginalmente positivo.

O desempenho agregado foi impulsionado pelo crescimento de 5,9% na produção de itens alimentícios, enquanto o segmento de automóveis apresentou declínio de 4,2% no mês ante o anterior e o de máquinas e equipamentos cedeu 3,2%, observa.

Conforme o BTG, a crise argentina teve impacto considerável sobre a produção industrial, já que as exportações de veículos caíram mais de 50% (com ajuste sazonal) de seu pico no início de 2018 devido à demanda mais fraca da Argentina – um país que historicamente absorveu mais ou menos 20% da produção brasileira de veículos. “Assim, a demanda externa mais fraca deve permanecer um obstáculo em 2019”, estima.

A dinâmica da produção industrial tem sido bastante fraca nos últimos meses, afirmam os economistas do BTG. “Após um período de intensa volatilidade resultante da greve dos caminhoneiros em maio, relembram, a atividade industrial se recuperou da crise relacionada à paralisação, mas não conseguiu avançar significativamente.”

Ao subir 0,1% em novembro, a produção da indústria interrompeu uma série de quatro quedas consecutivas, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou menor que a mediana de 0,2% das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast, de 0,2% (intervalo de -0,60% a alta de 1,40%), com ajuste sazonal.

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