BS Colway garante que vai recorrer da decisão do STF

Assim como todo o setor de reforma de pneus, a empresa BS Colway lamenta a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Na última quarta-feira, o órgão manteve o julgamento contrário à importação de pneus usados. A medida atinge diretamente a empresa, especializada em remoldagem. Para a Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus (ABR), a decisão não analisa as reais conseqüências para o País. Entre as prováveis, o aumento nos preços e o desemprego.

Ontem, o proprietário da BS Colway, Francisco Simeão, comentou que a decisão mantida pelo STF teve duas características: ?de preconceito intenso contra os pneus usados. O que eles classificam como lixo é nossa matéria prima; e de desinformação?. Segundo ele, o fato da decisão da ministra Ellen Gracie ter sido mantida foi ?uma falha processual terrível?, da qual irão recorrer. ?Vamos pedir a anulação do julgamento. Temos chances de reverter isso?, afirma.

Enquanto a questão permanece desfavorável, Simeão afirma que muitas alternativas estão sendo estudadas. ?Uma delas é tomar emprestado matéria-prima dos colegas do ramo, emprestar mercadoria importada que sobra; outra seriam as medidas judiciais com efeito suspensivo?, comenta. Segundo ele, a matéria-prima é importada da Europa e não teria como importá-la de nenhum outro país, já que a dos países do Mercosul são da mesma origem.

Caso a situação não seja revertida, segundo o proprietário da BS Colway, a empresa não deve resistir. ?Temos um gasto de R$ 1,7 milhão em folha de pagamento (de 700 funcionários), mais R$ 500 mil em programas sociais. Nosso compromisso é de pagar os salários até 31 de janeiro. Se não ganharmos em janeiro, não temos como pagar em fevereiro. Nossos estoques são zero e estamos dando férias coletivas e desde já aviso prévio?, afirma.

Simeão ainda completou que esta situação criada pode ser uma tentativa de ?matar o setor dos remoldados, como reserva de mercado?. ?Vamos lutar até a última gota, mas não posso me iludir. A empresa deve ser administrada tecnicamente?, conclui.

Setor

O diretor de mercado da ABR, Octávio Bastos, comentou que vê a decisão do STF com extrema preocupação. ?Vai inviabilizar a atividade de duas importantes empresas do setor (BS Colway e Tal Remoldagem de Pneus Ltda). Isso demonstra que o STF não se convenceu da importância do segmento de reforma de pneus para o País, como redutor de preços e gerador de empregos e impostos?, afirma.

Sobre a justificativa de que a atividade aumenta o passivo ambiental, Bastos rebateu que ?para cada quatro importados a gente retira cinco pneus que voltaria ao meio ambiente. Ou seja, a gente diminui o passivo?. Como Simeão, ele concorda que não há no País matéria-prima de qualidade para a indústria do ramo. Em relação às conseqüências imediatas da decisão, o diretor da ABR alerta: ?a população com certeza pode esperar para o ano que o preço do pneu novo vai subir, assim como vai ficar mais caro também o transporte coletivo e de carga?.

Bastos lembra que o mérito da questão ainda não foi analisado pelo STF, por isso ele não descarta possibilidade de reversão.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo