A fábrica de pneus remoldados BS Colway, instalada em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, tem matéria-prima suficiente para apenas mais um ou no máximo dois meses de produção.
Caso a liminar que proíbe a importação de pneus usados não seja derrubada, a empresa paranaense ameaça demitir, em fevereiro de 2008, os 700 funcionários que ainda restam na fábrica.
A informação é do presidente da BS Colway, Francisco Simeão, que participa hoje à tarde de ato no plenário da Assembléia Legislativa, em Curitiba. O objetivo é levar ao conhecimento público o que pode acontecer à empresa, a seus funcionários e a todos os programas sócio-ambientais por ela mantidos caso a liminar continue vigorando.
?Os deputados vão fazer uma moção de apoio, propor que o Paraná se una politicamente em defesa dos empregos, dos programas sociais mantidos pela empresa. Não há sentido dar reserva de mercado às multinacionais Goodyear, Pirelli, Michelin?, apontou Simeão. Segundo o empresário, o setor de pneus remoldados representa 10% do mercado nacional – com a produção de 5 milhões de pneus por ano, para um total de 50 milhões de unidades – e emprega cerca de 10 mil pessoas.
A BS importa pneus inservíveis e os transforma em novos produtos, de qualidade igual ou superior aos produzidos pelas multinacionais e com preço até 40% menor. Além disso, conforme Resolução 258/99 do Conama, os importadores são obrigadas a retirar cinco pneus velhos da natureza e dar-lhes um destino ambientalmente correto para só então importar quatro pneus usados, garantindo a responsabilidade sócio-ambiental. ?A acusação de que poluímos o meio ambiente é a coisa mais inverossímil do mundo?, afirmou.
Se a liminar for mantida, a paranaense BS Colway e outras empresas remoldadoras ameaçam fechar as portas. No caso da BS, 500 pessoas já foram demitidas desde o início do ano, e a produção reduzida de 200 mil unidades por ano para cerca de 100 mil. Além de produzir pneus, a empresa mantém programas sociais como a Vila da Cidadania, o Bom Aluno e o Rodando Limpo.
