A Brasil Telecom está enviando carta a seus acionistas em que aventa a possibilidade de abrir mão do controle do braço celular da empresa, a BrT GSM. Os representantes dos fundos de pensão – sócios da Brasil Telecom, porém, até a noite de segunda-feira ainda não haviam recebido o documento.
A idéia é distribuir as ações da celular entre todos os acionistas da operadora fixa, inclusive minoritários. Apenas 19,9% do capital votante da BrT GSM continuaria com a Brasil Telecom S.A. O restante seria diluído. Na prática, a manobra permitiria à Telecom Italia livrar-se de sanções da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) por sobreposição de licenças.
A lei brasileira proíbe que uma empresa esteja ao mesmo tempo no controle de duas operadoras de telefonia. Caso seja concretizada a compra pelos italianos de parte do grupo Opportunity na Brasil Telecom e na BrT GSM do grupo Opportunity, a Anatel poderá considerar que os italianos têm licenças sobrepostas. Isso porque eles também controlam outra concessionária de telefonia móvel, a TIM.
O estudo prevê que as ações preferenciais voltariam a ter direito a voto no futuro, caso a exigência de sobreposição das licenças fosse revogada. É pouco provável, porém, que a distribuição das ações da BrT GSM vá adiante.
Os controladores da empresa vivem um litígio no qual Citigroup e fundos de pensão são aliados contra Telecom Italia e Opportunity pelo comando da operadora.