Se os novos acordos de comércio em negociação na Europa devem ser congelados, europeus e britânicos terão de acelerar o ritmo de conversas para definir o que deve ocorrer com acordos já existentes do bloco com a Turquia, Coreia do Sul, Chile, Canadá e Cingapura. O emaranhado de tratados comerciais ainda corre o risco de gerar confusão entre exportadores e incertezas legais.

continua após a publicidade

No divórcio, Londres ainda terá de fechar um novo acordo comercial com a UE, já que, teoricamente, passaria a ser tratada como qualquer outra economia do mundo. O novo tratado ainda teria de chegar a um acordo sobre o setor de serviços financeiros, central para a economia do Reino Unido.

No fim de semana, empresários alemães deixaram claro que seria “idiota” erguer barreiras entre Londres e a UE. Mas, para que isso não ocorra, os britânicos também terão de aceitar a livre circulação de trabalhadores europeus, o que ninguém no campo vitorioso nas urnas estaria disposto a aceitar publicamente por enquanto.

Dados da Organização Mundial do Comércio (OMC) apontam que o Reino Unido poderia impor tarifas de importação avaliadas em 9 bilhões de libras esterlinas, enquanto seus exportadores poderiam sofrer taxas extras de 5 bilhões de libras.

continua após a publicidade

Depois do resultado, o diretor-geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, adotou um tom diplomático, apontando que sua entidade estava “disposta a trabalhar com o Reino Unido e com a UE e prestar a eles toda a ajuda possível”.

Antes, porém, Azevêdo deu entrevistas alertando para a complexidade que a saída representaria. Segundo ele, Londres “não tem como escapar” de uma longa série de negociações comerciais para manter as tarifas que hoje aplica ao restante do mundo e que eram harmonizadas com a UE. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

continua após a publicidade