A eleição para a presidência do Sistema Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), marcada para o dia 13 de agosto, promete ser acirrada. De um lado, o atual presidente Rodrigo da Rocha Loures tenta a reeleição com a promessa de promover avanços maiores do que os gerados na primeira gestão; do outro, o empresário Álvaro Scheffer, de Ponta Grossa, um dos vice-presidentes da atual gestão, defende maior participação dos 96 sindicatos patronais filiados nas decisões tomadas pela federação. Em jogo está a direção de um sistema que emprega cerca de 2 mil pessoas e conta com orçamento anual aproximado de R$ 220 milhões.
?Nossa prioridade é retomar dentro da federação o que não ocorreu nos últimos anos: a participação efetiva das indústrias. A Fiep perdeu o foco; houve muitos projetos, mas que não trouxeram benefícios diretos ou indiretos ao setor?, apontou o candidato Álvaro Scheffer, que encabeça a chapa Identidade Sindical.
O empresário defende que o sistema esteja mais atento às necessidades do setor. ?Temos que ouvir cada região e cada setor, especificamente. A indústria está sofrendo problema cambial, de taxas de juros elevadas, dificuldades de inserção no mercado internacional. Cada segmento tem diferentes necessidades em diferentes regiões?, acrescentou. O empresário defende ainda a mão-de-obra qualificada técnica. Scheffer confirmou que o atual secretário estadual da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Virgílio Moreira Filho, presidente do Sindicato da Indústria Eletroeletrônica faz parte da chapa. Moreira encabeçaria uma terceira chapa – apoiada pelo governo do Estado – que não chegou a se inscrever na disputa.
Avanços
Para o atual presidente da Fiep, Rodrigo da Rocha Loures, a idéia é promover avanços. ?Queremos ampliar a visão estratégica do sistema. É possível obter avanços ainda maiores nesta segunda gestão, visto a experiência que já temos.
Além disso, o sistema está organizado, ao contrário de quatro anos atrás?, apontou. ?Um dos nossos desafios será defender os interesses das indústrias, assegurando a independência e autonomia da entidade?, comentou.
Além dos desafios de qualquer campanha eleitoral, Rocha Loures terá que se preparar para enfrentar a ?máquina pública?. ?Com a qualidade das nossas propostas e a credibilidade a partir do nosso trabalho, não haverá problemas. Além disso, nossa chapa está com número expressivo de sindicatos, líderes que têm experiência nesses quatro anos de gestão; a outra parte (da chapa) é formada por um grupo novo, cheio de energia, que vai contribuir para um salto de qualidade na gestão.?
Sobre a possibilidade de a oposição usar as denúncias feitas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) contra a gestão de Rocha Loures como ?arma? durante a campanha, Loures foi enfático. ?Não devem se sujeitar a isso, à tentativa de criar uma falsa imagem. Se isso ocorrer, vai ser encarado como jogo baixo.?