As fabricantes de pneus Bridgestone e Michelin vão paralisar toda a produção em suas fábricas em Santo André (SP) e no Rio de Janeiro (RJ), respectivamente, entre o fim de junho e a primeira metade de julho, para tentar diminuir os altos estoques. Durante esse período, as empresas concederão férias coletivas a aproximadamente 5 mil funcionários do chão de fábrica. Eles se juntarão aos cerca de 1,5 mil trabalhadores da Pirelli que estão em lay-off nas quatro fábricas de pneus da marca no País desde o fim de maio deste ano, por cinco meses.

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As medidas de corte de produção adotadas pelas fabricantes de pneus são reflexo da queda nas vendas de pneus às montadoras e das exportações do produto, que acumulam retração de 21,5% e de 13,5% no primeiro quadrimestre deste ano, em relação ao mesmo período de 2014, respectivamente, de acordo com números da Associação Nacional da Indústria de Pneus (Anip). De acordo com a entidade, apenas o mercado de reposição de pneus se manteve em alta (10,9%), ajudando a aliviar o desempenho nas vendas totais das associadas da Anip para queda de apenas 2% no período.

Na única fábrica da Michelin no País, a produção ficará totalmente paralisada de 26 de junho a 15 de julho. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Artefatos de Borracha e Afins (Stiaberj), André Luiz Rocha, cerca de 2,8 mil funcionários estarão em férias coletivas nesse período. “Desde 2009 não tínhamos nenhuma medida grande assim. Naquela época, houve 100 demissões. Tomara que a situação atual melhore, pois não estamos vendo muita luz no fim do túnel”, afirmou. Procurada, a Michelin não se posicionou até o fechamento da matéria.

Bridgestone

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Na Bridgestone, parte dos empregados da linha de produção entrará em férias coletivas a partir de 24 de junho e outro grupo a partir do dia 27. Conforme o presidente do Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo e Região, Márcio Ferreira, eles ficarão em casa até 16 de julho. Será a segunda vez que a empresa recorre à medida em Santo André, em menos de um ano. Em dezembro, os trabalhadores do chão de fábrica ficaram em férias coletivas por 20 dias. Na unidade, há cerca de 1,1 milhão de pneus estocados, equivalente a 3 meses de produção, de acordo com Ferreira.

Em nota, a Bridgestone confirmou a paralisação, justificando a medida como uma forma de enfrentar a crise pela qual passa o setor automotivo. Segundo a empresa, a decisão foi tomada com base em “análises das demandas de mercado de todos os canais e categorias de pneus”. A companhia anunciou que a medida abrange 2 mil trabalhadores, número menor do que os 3,3 mil informado pelo sindicato. Nas fábricas em Camaçari (BA), Campinas (SP) e Mafra (SC), a situação segue normal. A Bridgestone não comentou números do estoque.

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