Os ministros de finanças dos países dos Brics – formado por Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul – aprovaram nesta terça-feira um acordo de contingenciamento de reserva comum (CRA, na sigla em inglês) no valor de US$ 100 bilhões. O acordo prevê a criação de um fundo de reservas destinado a socorrer os países do grupo em caso de crise de liquidez.
“O acordo já foi firmado pelos ministros, agora vai para avaliação dos presidentes, amanhã (quarta-feira)”, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista à imprensa após reunião no evento dos Brics, em Durban, na África do Sul. “O acordo de reservas nada mais é do que um grande acordo de swap entre os países”, acrescentou.
O Brasil também assinou nesta terça-feira um acordo para troca de moedas (swap) com a China no valor de US$ 30 bilhões. Segundo o ministro, o acordo implica um relacionamento mais estreito com o país asiático. “O acordo inclui a área comercial, financeira e até aduaneira”, disse.
“Hoje, a China é nosso maior parceiro comercial e podemos ampliar para outras áreas. Estamos abertos para que os chineses participem de investimento em infraestrutura, energia e óleo e gás.”
Tanto Mantega quanto o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, negaram que a assinatura do acordo seja por causa da crise na zona do euro. “Acordos de swap são bastante comuns hoje entre os bancos centrais”, disse Tombini. “Não está ligado à crise europeia”. “Não foi pela crise, pois ela estava pior no ano passado do que agora”, completou Mantega.
O valor acordado, US$ 30 bilhões, é suficiente para cobrir entre oito e dez meses de exportação e importação. O acordo não afeta as reservas internacionais brasileiras, pois representa apenas a troca de moedas.