economia

Brexit afeta plano de investimento de 45% das empresas do Reino Unido, diz BoE

O presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Mark Carney, afirmou nesta terça-feira que o processo de separação do Reino Unido da União Europeia, o chamado Brexit, afeta os planos de investimento de cerca de 45% das empresas do país. Carney disse ainda que não desejava especular sobre se as conversas do Brexit podem levar mais de dois anos, mas ressaltou que não tem planos para ampliar a duração de seu mandato.

Carney pretende deixar o comando do BC britânico em meados de 2019, independentemente do estágio em que estejam as conversas do Reino Unido com a UE. Ele planejava antes sair em 2018, após cinco anos, mas concordou no mês passado em ficar mais um ano, após o plebiscito de junho que foi vencido pelos partidários da saída do país da UE. Carney disse, durante depoimento no Parlamento em Londres, que essa decisão de ficar mais tempo foi motivada por um “senso de responsabilidade” de monitorar a economia nessa retirada do bloco.

A premiê do Reino Unido, Theresa May, diz que pretende iniciar o processo de retirada do país da UE até o fim de março. Alguns analistas disseram, porém, que um acordo tão complexo poderia levar mais tempo. Os tratados da UE permitem um período de negociações mais longo, caso os países concordem com isso.

Carney disse que críticas recentes de May a políticas do BoE não tinham relação com a decisão dele de ficar um ano a mais, porém menos que o mandato completo de oito anos para o cargo. A premiê disse recentemente que as políticas de dinheiro barato do banco central pioram a desigualdade. Carney avaliou que culpar apenas a política monetária pelo aumento da desigualdade é tirar a culpa de outros fatores, já que outras políticas também contribuem para essa tendência.

O presidente do BoE também afirmou que o setor financeiro britânico seria beneficiado por um período de transição entre a saída formal do Reino Unido da União Europeia e a adoção de uma nova relação comercial com o bloco. Carney lembrou que as empresas do setor financeiro elaboram planos de contingência, mas na maioria dos casos estão esperando antes de implementá-los em busca de sinais mais claros sobre a trajetória do Reino Unido para sair da UE. Fonte: Dow Jones Newswires.

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