Total de recursos representa aumento de 12,8% na comparação com o ano passado.

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Levantamento do Banco Central concluiu que 11.245 brasileiros detinham US$ 93,243 bilhões, em 31 de dezembro do ano passado, em depósitos, investimentos e participações societárias no exterior. O total representa aumento de 12,8% em comparação com os US$ 82,692 bilhões declarados no ano anterior. As informações são do chefe do Departamento de Combate a Ilícitos Financeiros e Supervisão de Câmbio e Capitais Internacionais, Ricardo Liao.

Ele atribuiu o aumento à maior inserção da economia brasileira no exterior, estimulada pelo crescimento das exportações nos últimos anos e pela própria variação do número de pessoas físicas e jurídicas que apresentaram declarações de Capitais Brasileiros no Exterior (CBE). O número de declarantes deste ano, sobre o ano-base 2004, aumentou 623 em relação aos declarantes do ano anterior, sobre o ano-base 2003.

Segundo Liao, o aumento de US$ 10,6 bilhões nas declarações deste ano foi fortemente influenciado por fusões de empresas nacionais e estrangeiras, no valor de US$ 5,4 bilhões, além do incremento de US$ 5 bilhões em empréstimos intercompanhias e da valorização de mercado de empresas brasileiras no exterior. Ele disse que, ao contrário, houve redução de quase US$ 6 bilhões em depósitos de brasileiros lá fora.

Ricardo Liao disse que, a exemplo dos anos anteriores, foi detectada maior concentração de recursos brasileiros nos chamados paraísos fiscais, em virtude da ?facilidade que esses países oferecem na mobilidade de capitais?. Isso quer dizer que os recursos depositados em tais países migram para outros destinos através de ?holdings?, empresas que redistribuem as aplicações dentro de um determinado grupo.

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Tradicionalmente, os maiores volumes de recursos brasileiros têm transitado pelas Ilhas Caymã, Bahamas, Ilhas Virgens Britânicas e Luxemburgo. O quadro manteve-se em 2004, com uma novidade: a inclusão da Dinamarca, com investimentos de US$ 6,460 bilhões. Os maiores volumes, entretanto, continuam com Ilhas Caymã (US$ 26,319 bilhões), Bahamas (US$ 8,234 bilhões) e Ilhas Virgens (US$ 6,652 bilhões). Depois vêm Luxemburgo (US$ 3,114 bilhões), Uruguai (US$ 676 milhões) e Antilhas Holandesas (US$ 318 milhões).

Iniciado em 2002, com o objetivo de mapear os estoques de ativos que residentes no país mantêm no exterior, a declaração de CBE permite conhecer, em detalhes, as riquezas brasileiras no exterior, embora tenha finalidade apenas estatística e de pesquisa, sem intuito de fiscalização, como ressaltou Ricardo Liao. A declaração anual é, no entanto, obrigatória para todos os que detêm ativos superiores a R$ 200 mil no exterior, expressos em dólares norte-americanos.

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