O chefe do Departamento Econômico (Depec) do Banco Central (BC), Túlio Maciel, informou hoje que o déficit na conta de viagens internacionais registrado em junho e no primeiro semestre do ano são recordes na série histórica do BC, que teve início em 1947. Em julho, a tendência de aumento de gastos é ainda maior, por causa das férias escolares. Pelos dados parciais divulgados por Maciel, as despesas líquidas com viagens internacionais somam até hoje (dia 26) US$ 1,324 bilhão. Este déficit é resultado de despesas totais de US$ 1,712 bilhão e receitas de US$ 388 milhões.

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Segundo Maciel, o pagamento de despesas internacionais com cartão de crédito está diminuindo depois que o governo elevou a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em abril, o crescimento das despesas de viagens pagas com cartão de crédito era de 53,8% em relação ao mesmo mês de 2010. Em maio, o ritmo do crescimento cedeu para 33,9% e, em junho, recuou mais ainda, para 23,4%. A participação de pagamentos com cartão de crédito no total de gastos com viagens também está recuando. Em abril, 60,17% dos gastos com viagens internacionais eram pagos com cartão de crédito; essa parcela caiu para 54,7% em maio e, em junho, para 54,2%.

O chefe do Depec também informou que os gastos com aluguel de equipamentos em junho e no primeiro semestre foram recordes. Segundo ele, em julho até hoje, as despesas líquidas com aluguel de equipamento somam US$ 589 milhões. O crescimento de despesas com aluguel de equipamento, segundo Maciel, é puxado pelo setor extrativo mineral, que tem ampliado os investimentos no País.

Ele ponderou, no entanto, que tem havido uma concentração de gastos nos últimos dias do mês, o que pode representar um aumento até o final de julho. As despesas líquidas com royalties e licenças em julho até hoje somam US$ 165 milhões e com computação, US$ 174 milhões.

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Remessa de lucros

Maciel informou que as remessas de lucros e dividendos enviadas por multinacionais estrangeiras com sede no País somaram US$ 18,768 bilhões no primeiro semestre deste ano, um valor recorde para o período, segundo a série histórica do BC. Ele informou ainda que em julho até hoje as remessas somam US$ 1,462 bilhão. Apesar do avanço dessa conta no ano, Maciel considera que o movimento não está tão forte.

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Já em relação aos gastos com juros, que caíram nos seis primeiros meses de 2011 ante igual período de 2010, Maciel afirmou que o movimento deve-se ao maior volume das reservas internacionais que gera maior receita com juros para o País, apesar dos juros baixos praticados lá fora. Em julho até hoje, o gasto com juros soma US$ 1,2987 bilhão.