Os brasileiros não concordam com as taxas de juros bancárias, mas não entendem nada sobre os códigos que aparecem nos extratos das contas corrente. Além disso, são poucas as pessoas que tomam alguma atitude para prevenir ou combater alguns abusos das instituições bancárias. Estas são algumas das constatações de uma pesquisa realizada pelo Instituto de Proteção e Defesa dos Consumidores e Cidadãos do Brasil (IPDC), em Curitiba.
Das 3.188 pessoas entrevistadas, 93% responderam que não fazem a mínima idéia sobre o que significam os códigos dos extratos, 89% não concordam com as taxas de juros bancária, 60% disseram que acreditam existir algo de errado em suas contas e apenas 16% afirmaram tomar alguma atitude.
Para o consultor jurídico do IPDC, Marcos Vendramini, o brasileiro está desacreditado das instituições financeiras de um modo geral, e não somente dos bancos.
“A maioria esmagadora das pessoas que procura uma instituição financeira, principalmente aquelas que fazem empréstimos, não acredita que não esteja sendo passada para trás em algum aspecto. A credibilidade dessas instituições é muito baixa”, comentou o consultor.
Segundo ele, como apontou a pesquisa, apesar dessas constatações negativas que as pessoas têm, mesmo assim a maior parte delas não procura orientação. “Às vezes as pessoas pensam que o valor é pequeno, que não vale a pena se estressar, pensa na fila que vai ter que enfrentar, entre outras coisas, e desiste”, disse.
Greve
A greve dos bancários completa onze dias hoje. Ontem, depois da segunda rodada de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), os trabalhadores decidiram continuar com o movimento porque os banqueiros não mudaram a proposta que já havia sido apresentada na primeira rodada.
Desta forma, uma nova negociação está marcada para a próxima segunda-feira. Os trabalhadores reivindicam 13,23% de reajuste salarial – 5% de aumento real e o restante de reposição inflacionária, mas a Fenaban ofereceu 9% para quem ganha até R$ 1.500 e 7,5% para as demais faixas.
A Fenaban também ofereceu 9% no piso salarial e para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Os bancários afirmam que os 7,5% significam apenas 0,3% de aumento real. Ontem, das 369 agências bancárias de Curitiba, 171 estavam fechadas.