São Paulo – Pesquisa divulgada ontem pela Target Marketing estima um aumento de 4,3%, em termos reais, no consumo dos brasileiros neste ano. Com isso, os consumidores do país devem movimentar R$ 1,1 trilhão em 2005. Segundo a empresa, esse resultado é significativo, já que o crescimento médio da população é de 2,8%, chegando a 184,2 milhões de pessoas.
Segundo Marcos Pazzini, diretor da Target Market, a pesquisa ainda mostra que as tarifas públicas, como água, luz, gás e impostos, estão pesando mais no orçamento. Esses itens estão incluídos no grupo Manutenção do Lar, responsável por 25,26% do consumo total. É o grupo em que os brasileiros mais gastam. ?Acaba sobrando menos para turismo e até alimentação?, ressalta Pazzini. De acordo com a pesquisa, o grupo de Alimentos e Bebidas representa 17,2% do consumo; Transportes, 7,7%; Saúde, 5,4%; Vestuário e Calçados, 4,9%; Educação 3,4%; Recreação e Viagens, 4,3%; Móveis e Eletrodomésticos, 3,8%.
A pesquisa ainda leva em conta o poder de compra da população por classe econômica, alertando que houve uma reclassificação neste conceito estabelecida pela Associação Nacional das Empresas de Pesquisa. A reclassificação levou em conta os bens existentes em cada domicílio, como eletrodomésticos e eletroeletrônicos. Com isso, a classe E passa a compor 3,1% dos domicílios brasileiros, sendo responsável por 0,6% do consumo nacional e que movimentará R$ 6,7 bilhões, segundo a pesquisa. ?Antigamente, esse percentual era 12,7% da população, responsáveis por 2,2% do consumo nacional. Qualquer empresa que tome o dado antigo por base para traçar sua estratégia de marketing, por exemplo, pode cometer um erro enorme?, diz Pazzini.
Considerando a nova classificação, a classe C é a que tem maior poder de consumo por classe: R$ 290,5 bilhões. A classe A1 movimentará R$ 49 bilhões; a A2, R$ 199,5 bilhões; a B1, R$ 191,3 bilhões; B2, R$ 216,7 bilhões; e a D, R$ 114,4 bilhões.
Regiões
Quando se leva em consideração as regiões, o sudeste lidera o ranking de poder de compra, com 53,8% do consumo nacional. Na comparação com o IPC-Target divulgado em 2001, a participação do Sudeste caiu, era de 54,2%. Outras três regiões tiveram queda de participação. A Norte caiu de 5,1% para 4,9% no mesmo período. A região Nordeste teve retração de 16,4% para 15,9% e a região Centro-Oeste, de 7,7% para 7,2%. A região Sul foi a única que aumentou sua participação no consumo, no período: 18,3%, contra o 16,5% em 2001.
Na comparação dos resultados de 2005 e 2001, as capitais também perderam participação no consumo, saindo de 37,4% para 35,5% neste ano.
A cidade de São Paulo mantém-se em primeiro lugar no ranking de poder de consumo, com 10,2% de participação no resultado nacional. Ela é seguida pela cidade do Rio de Janeiro, com 6,25%; Belo Horizonte, com 2,15% do consumo; Brasília (1,97%), Curitiba (1,78%), Salvador (1,56%), Porto Alegre (1,52%), Fortaleza (1,24%), Recife (1,07%), Campinas (no interior de São Paulo (1,01%) e Goiânia com 1%.
A pesquisa ainda afirma que 84% da população brasileira se concentra em áreas urbanas e que responde por um consumo per capita anual de R$ 7.055,34. Na zona rural, o consumo per capita é de R$ 1.262,24. O potencial de consumo é calculado pela empresa com base em dados oficiais do País e engloba os 5.560 municípios brasileiros.