Em meio ao escândalo da Operação Carne Fraca e das revelações da JBS de que a empresa pagou um “mensalinho” para cerca de 200 fiscais do Ministério da Agricultura, o governo de Michel Temer conseguiu eleger à presidência da Comissão do Codex Alimentarius (CAC) o fiscal federal agropecuário e médico veterinário Guilherme Antonio da Costa Jr.
O órgão criado pela FAO, agência da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura, e pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nos anos 60 é a referência internacional na proteção da saúde do consumidor e instância máxima para a determinação de padrões de controle.
O Codex é responsável por regras de rotulagem de alimentos, aditivos, resíduos de pesticidas e procedimentos de avaliação de alimentos derivados da biotecnologia. Além disso, emite orientações para sistemas de inspeção e certificação na importação e exportação.
Costa bateu um representante do Mali na votação, nesta terça-feira, 18, ficando com 56% dos votos. Com uma mobilização importante do Brasil, sua candidatura foi lançada há um ano. Para o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novalick, que se reuniu com uma dezena de governos para pedir votos, “a presidência do Codex é uma grande oportunidade para que o Brasil exerça seu papel de forma equilibrada, em sinergia com os países-membros”.
Entre os compromissos assumidos por Costa estão a liderança “justa e transparente, a fim de conectar as diferentes realidades, unir os países-membros, respeitar a diversidade, melhorando, assim, a capacidade de participação, aproveitar o potencial das mentes científicas, aumentar a consciência dos consumidores e ajudar a transformar o mundo com os objetivos de desenvolvimento sustentável”.
O Brasil agora controla três das principais entidades que tratam da agricultura no comércio internacional. Além do Codex, a FAO está com José Graziano e a OMC, com Roberto Azevêdo.
Costa ocupou nos últimos três anos uma das vice-presidências do Codex e já tinha sido adido agrícola do Brasil na Organização Mundial do Comércio (OMC). No governo, foi coordenador de negociação na OMC e ocupou a direção do Departamento de Negociações Sanitárias e Fitossanitárias até 2010. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.