A última pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), divulgada nesta quarta-feira (27), traz um alerta à população, pois revela que 85% dos consumidores entrevistados não planejam suas compras. Outro número assustador é de que 74% das pessoas não faz qualquer tipo de investimento pensando no futuro.

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A pesquisa demonstra ainda que 42% dos consumidores não conseguem poupar qualquer quantia, gastando tudo o que ganham. Considerando somente os consumidores da classe C e D esse percentual chega a 53% ante os 28% das classes A e B. “Não é fácil poupar, porque é adiar um sonho. No caso das classes mais baixas isso se justifica pela menor renda disponível”, explica André Pellizzaro, gestor-presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Curitiba.

De acordo com o dirigente, a importância em poupar é a de garantir um fundo de reserva para despesas extraordinárias. “Não há como prever um acidente, problema de saúde ou a perda de emprego”, pondera. “A poupança ainda é uma ótima maneira de se aplicar o dinheiro, mas para isso é necessário que exista um planejamento financeiro que permita que guardemos no mínimo 10% de nossa renda”, afirma.

Compra por impulso

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O levantamento mostra ainda que fatores puramente emocionais interferem negativamente nas contas do consumidor: quatro em cada dez entrevistados admitem fazer compras por impulso em momentos de ansiedade, tristeza ou angústia, como um mecanismo de compensação para suprimir carências que nada têm a ver com o universo material.

“Antes de tudo, o consumidor não deve comprar na primeira oportunidade, ou seja, deve conhecer e comparar os produtos para depois, após uma reflexão verificar sua necessidade, viabilidade financeira e orçamentária, evitando assim o supérfluo e o endividamento”, afirma Pellizzaro.

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Entre os que fazem compras movidas por impulsos emocionais, a ansiedade por um evento que se aproxima (festas, jantares e viagens, por exemplo) é o motivo mais decisivo entre consumidores de classes A e B. Por outro lado, a baixa autoestima (insatisfação com a própria aparência) é a razão mais citada entre consumidores das classes C e D.

“Na busca pelo prazer imediato ou para exibir um estilo de vida que não condiz com a própria renda, o comprador se alivia momentaneamente, sem se importar com o futuro do próprio bolso”, diz a economista do SPC, Ana Paula Bastos.