A eleição do embaixador brasileiro Roberto Azevêdo para o cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC) demonstra um papel de liderança que o Brasil tem exercido com relação às normas do comércio internacional. A avaliação foi feita pelo presidente da Associação dos Analistas de Comércio Exterior (Aace), Marcelo Reis. “A figura dele expressa e sintetiza muito bem a posição de respeito que o Brasil tem tido”, diz, reforçando que os países emergentes podem ter mais espaço nas discussões da OMC.

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De acordo com Reis, não há por que não acreditar que o brasileiro não fará um trabalho imparcial na OMC. “Acredito numa liderança idônea.” Ele afirma pondera, no entanto, que é possível que cresça o espaço de países emergentes na pauta do órgão. “Ele vai dar mais atenção para esses temas. Os países dos Brics, por exemplo, todos ganham com a nomeação de Azevêdo”, afirma, citando além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Reis destaca ainda que a eleição de um brasileiro é um sinal para as empresas de que o País está cada vez mais aberto à entrada de produtos e investimentos externos. “É um protagonismo reconhecido pelos integrantes da OMC.” Segundo o presidente da Aace, a eleição pode não ter tido uma unanimidade na disputa com o mexicano Hermínio Blanco, “mas é um reconhecimento claro que o brasileiro está na vanguarda”.

Reis diz acreditar que o embaixador brasileiro conduzirá o cargo de forma idônea e lembra o papel importante dele durante o imbróglio da disputa brasileira com os Estados Unidos na questão do algodão. “Foi um caso emblemático que ele participou de maneira brilhante”, declara. A disputa no âmbito da OMC ainda não teve um desfecho definitivo, mas os EUA já foram condenados por conta de subsídios que excediam os limites permitidos. “Na época da condenação, ele optou pela não retaliação e pela negociação. É um caso de atuação dele que demonstra que ele é plenamente capaz para assumir o cargo, pois sabe como lidar diante de situações delicadas”, avalia.

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