O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje, durante a 2ª Conferência das Comunidades Brasileiras no Exterior, que sonha com o dia em que os brasileiros só deixarão o País por vontade própria e não por necessidade. “Muita gente já está voltando. Se a economia brasileira continuar crescendo, não faltará lugar para que os brasileiros possam começar a voltar e trabalhar aqui”, disse Lula, no Palácio Itamaraty, no Rio.
“Hoje temos um milhão de brasileiros no exterior, mas hoje podemos ter o orgulho de oferecer mais oportunidades aqui do que em muitos países”, afirmou, ao dar posse à representante de comunidades brasileiras no exterior em um conselho. Em tom de despedida, o presidente contou que nunca havia imaginado que poderia entregar o País em situação econômica tão favorável. “Todas as vezes que eu concorri, o Brasil estava quebrado. Muitos me diziam que não tinha jeito e eu pensava se valia mesmo a pena ser presidente. O que precisávamos era fazer algo diferente”, disse Lula, referindo-se às políticas de distribuição de renda.
Sucessão
Lula afirmou que sua sucessora, Dilma Rousseff, não receberá uma “herança maldita”. “Dilma não receberá uma herança maldita como eu disse que recebi, e muitos presidentes recebem no mundo, porque ela ajudou a construir a herança que vai receber”, afirmou o presidente.
Sobre as perspectivas econômicas que deixará para Dilma, Lula destacou os investimentos de US$ 224 bilhões da Petrobras para a exploração do pré-sal que, segundo o presidente, tornará o País um dos países mais poderosos na área petrolífera. O presidente voltou a dizer que a recente operação de capitalização da Petrobras foi “a maior da história da humanidade”.
“É até um paradoxo na minha vida, que nasci metalúrgico e fui dirigente de um partido socialista. A Petrobras, que valia apenas 15 merrecas hoje, vale mais de US$ 200 bilhões e é a maior empresa petrolífera no mundo” disse Lula. Segundo o presidente, não faltam motivos para otimismo. “Olha bem para a cara do presidente, para ver o que é otimismo”, disse Lula, sorrindo a uma plateia de diplomatas e representantes de comunidades brasileiras no exterior.