Marcelo Faria Lima sempre foi um apreciador de Portugal – bem como de vinhos, com destaque para o branco, seu favorito no momento. Após a crise de 2008, o empresário começou a procurar novas oportunidades de investimento e passou a fazer sucessivas viagens à terra de nossos colonizadores em busca de oportunidades. Uma iniciativa do governo português o levou a, neste ano, adquirir sua segunda quinta na região do Douro e a expandir os projetos de exportação dos vinhos que produz.
Lima é um dos nove brasileiros que, juntos, investiram 9,8 milhões em Portugal por meio da Autorização de Residência para Atividade de Investimento (ARI), que completou seu primeiro ano em outubro. O programa, também chamado de “Golden Visa”, facilita a concessão de visto e até de cidadania a interessados de países fora da União Europeia que colocarem dinheiro em Portugal. O empresário deve adquirir um imóvel de, no mínimo, 500 mil, abrir um negócio que gere a contratação de dez funcionários ou ainda investir 1 milhão no mercado financeiro.
Até agora, foram concedidas 320 autorizações especiais para investidores de 21 países, totalizando um montante de 200 milhões. O Brasil é o terceiro maior investidor do grupo, atrás apenas de China e Rússia.
“Viajava com frequência para lá e vi que o Golden Visa me ajudaria com a burocracia de entrada em saída”, diz Lima, que costuma ir a Portugal de cinco a sete vezes por ano. O empresário adquiriu sua primeira propriedade em 2011, de 50 hectares. Para ingressar no programa, comprou outra quinta em janeiro, desta vez de 77 hectares. A maioria dos brasileiros optou pela compra de imóveis, sobretudo vinícolas, de olho em marcas que carregam anos de tradição, mas estavam em busca de capital para reparar os danos da crise europeia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.