Com quatro anos seguidos de crescimento, e prestes a bater recorde de vendas em 2007, com 2,3 milhões de veículos novos despejados nas ruas, o Brasil voltou à moda entre as montadoras. Fiat, GM, Ford, Renault, Toyota e Peugeot estão convencidas que a demanda maior por carros virá dos países emergentes e o mercado brasileiro está na lista de prioridades.
A maioria das marcas prepara lançamentos de carros de baixo custo, mais baratos que os atuais, para atender aos consumidores que hoje não conseguem comprar automóvel novo. Mas há projetos de modelos não populares, como o novo Toyota que, segundo analistas, deverá custar cerca de R$ 35 mil para atender a classe média que ainda não têm acesso ao Corolla, de R$ 56,5 mil. O País havia perdido relevância internacional no fim dos anos 90, quando, após o boom das vendas em 1997, amargou drástica queda. Com o crescimento de 22% previsto para este ano, e de até 10% em 2008, a luz verde voltou a acender.
Por enquanto, os investimentos anunciados pelas montadoras até 2011 somam cerca de R$ 10 bilhões, mas novos anúncios devem ocorrer. As empresas têm prontos ou trabalham em novos veículos para o mercado brasileiro, muitos desenvolvidos localmente. Vários deles serão produzidos ou vendidos em outros mercados emergentes. Com as novas investidas das montadoras, o Brasil deve se tornar um dos sete maiores produtores mundiais de veículos. Hoje, o ranking é composto, pela ordem, por EUA, Japão Alemanha, Coréia do Sul, França, Canadá e Espanha. Em 2013, segundo projeções da consultoria Booz Allen Hamilton, a lista terá EUA, Japão, China, Alemanha, Índia, Coréia e Brasil.
Baixo custo
Carro de baixo custo, conceito criado recentemente na Europa e nos Estados Unidos, não é necessariamente um veículo compacto ou popular. São carros produzidos com menor custo de peças e sistemas, sem prejudicar suas funcionalidades (motorização, espaço interno, porta-malas, estabilidade, segurança, conforto e estética).
"São veículos que podem pertencer a todos os segmentos tradicionais, como compactos, hatch, sedãs e monovolumes", define Corrado Capellano, sócio da consultoria Creating Value.
Todas as montadoras, segundo Capellano, estão procurando desenvolver carros de baixo custo, em todos os segmentos, através da aplicação de novos materiais como fibras naturais no lugar das espumas, policarbonato no lugar de vidros e plásticos no lugar do metal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.