O novo acordo do Brasil com o FMI, aprovado em setembro, colocou à disposição do Brasil uma linha de crédito de US$ 30 bilhões ao País. Em setembro, o Brasil sacou US$ 3 bilhões. Com a aprovação da primeira revisão do acordo, que deverá acontecer amanhã, o País terá direito a mais US$ 3 bilhões.
Os US$ 24 bilhões restantes ficarão para o próximo governo, que terá direito de saque sempre ao final de cada revisão, desde que cumpridas as metas de acordo. Em audiência pública à Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o ministro da Fazenda expôs os principais pontos que fizeram o governo Fernando Henrique fechar o acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) em agosto, que disponibilizou US$ 30 bilhões para o Brasil, dos quais, US$ 6 bilhões neste ano e US$ 24 bilhões ao longo de 2003.
Ele classificou o acordo como minimalista, face à grande quantidade de exigências que costuma permear esse tipo de acordo com outros países. E citou, entre razões pelas quais o governo buscou o apoio do órgão, o contexto internacional desfavorável, marcada pelo baixo crescimento das economias européia, americana e do Japão, que levaram à contração na liquidez e redução das linhas bancárias. Malan também citou as previsões pessimistas sobre o balanço de pagamentos brasileiro es incertezas quanto à dívida doméstica, e ao período eleitoral.
Tendo o Brasil visto sua taxa de risco subir de 700 para 2.500 pontos básicos, no período mais crítico, entre abril e outubro, e a taxa de câmbio ter saltado de R$ 2,3 para R$ 4, Pedro Malan considera que o Brasil conseguiu se sair razoavelmente bem de um período considerado crítico.
– O pior já passou, estamos caminhando para superar dúvidas incertezas, dificuldades, apesar de discursos catastrofistas de que não conseguiríamos equacionar balanço de pagamentos. Agora caiu a ficha de observadores internacionais mais açodados de que conseguimos atravessar a transição mantendo a estabilidade. Dados mais claros até 15 de dezembro mostram que nosso superávit chegou a US$ 12 bilhões, e era negativo em US$ 6,6 bilhões em 1998, com uma virada de US$ 19 bilhões em quatro anos. O déficit em conta corrente do balanço de pagamentos também teve uma virada de mais de US$ 25 bilhões, e ficará entre US$ 8 e US$ 9 bilhões. Chegou a ser 5% do pib será menos de 2% este ano e ainda menor em 2003. Assim como outras várias contas têm declinado, como a de viagens internacionais.