Brasil vai crescer menos que o esperado

Washington (das agências) -O Fundo Monetário Internacional (FMI) acredita que a inflação na América Latina deve permanecer volátil, resultado das variações dos preços das commodities. Em seu informe sobre o Panorama Econômico Mundial, o FMI reiterou sua previsão de um crescimento de 4,1% para este ano. Para o ano que vem, no entanto, a expectativa é que haja uma pequena desaceleração nesta expansão, que deve ficar em torno de 3,8%.

?O crescimento econômico da América Latina é gerado principalmente pelas sólidas exportações de matérias-primas?, afirmou o FMI em seu relatório, citando como possíveis riscos para este prognóstico um crescimento mais lento dos Estados Unidos, os fortes aumentos das taxas de juros globais e novas altas dos preços do petróleo.

O Brasil, por sua vez, teve sua previsão de crescimento para este ano reduzida para 3,3%, diminuindo em quatro décimos a expectativa de aumento do Produto Interno Bruto (PIB), divulgada em abril. Em 2004, a economia brasileira creceu 4,9%. A correção do cálculo, explica o FMI, se deve ao ?primeiro trimestre deste ano, no qual a atividade foi mais fraca que o esperado?.

Mas a expectativa do Fundo é que esse percentual suba para 3,5% no ano que vem. O FMI alerta, no entanto, para a instabilidade política no país e alta do preço do barril de petróleo.

?Os indicadores da atividade recente sinalizam um potencial de aumento do crescimento, mas os altos preços do petróleo e as possíveis repercussões da crise política se tornam fatores de risco?, diz o relatório.

O FMI calcula ainda que o aumento do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) deve ficar em 6,8% este ano e em 4,6% no ano que vem. ?O desempenho fiscal segue favorável, com um superávit primário que supera as metas até julho?, acrescenta o informe do FMI, que afirma que será decisivo para a economia brasileira manter a austeridade fiscal para reduzir ainda mais o endividamento público.

Os países produtores de óleo, Venezuela e Equador, estão aproveitando as condições flutuantes dos altos preços da Energia, o que deixa os dois países mais resistentes às vulnerabilidades econômicas.

Discordo

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Guido Mantega, discordou da projeção do Fundo. ?Não vi a projeção e não sei em que estão se baseando, mas não concordo. Pelo que estou observando está mais para 3,5% a 4% do que para 3,3%?, afirmou, citando que o importante é que haverá um crescimento acima dos 3%. ?Vamos esperar os resultados.?

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