O Ministro do Trabalho, Carlos Lupi, afirmou nesta quinta-feira (24) que, até o final do ano, pretende criar a “taxa de desemprego real” da economia brasileira. O indicador terá como base os dados do Cadastro Geral dos Empregados e Desempregados (Caged), divulgados mensalmente pelo Ministério do Trabalho.
Ele não deu mais informações sobre o índice, alegando que está em uma fase embrionária. Tampouco conversou com a presidente Dilma Rousseff sobre o assunto. “Estou falando para vocês (jornalistas) para ver como recebem a notícia, depois continuamos”, disse, em entrevista coletiva.
Lupi mostrou desconforto com a repercussão na imprensa sobre a mudança da série histórica do Caged, que teve sua nova divulgação inicial em dezembro. Para ele, a mudança, que passa a incorporar no mês seguinte as informações em atraso sobre o mercado de trabalho fornecidas por 7,4 milhões de micro, pequenas, médias e grandes empresas, é uma fotografia mais real dos números do mercado de trabalho. Até então, esses atrasos eram incorporados apenas em meados do ano seguinte à base da informação.
“Algumas pessoas não entenderam, algumas pessoas são resistentes”, afirmou. Por isso, segundo ele, o Ministério divulgará, a partir de hoje, as duas séries históricas do Caged. “Isso é para ninguém pensar que a gente quer apagar a série história.”
Projeção
Apesar da expectativa de crescimento menor do País em 2011 e do corte do orçamento este ano, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, mantém a projeção de criação de 3 milhões de empregos com carteira assinada em 2011. No ano passado, foram criados pouco mais de 2,5 milhões de postos. Lupi justificou que os cortes de gastos anunciados pelo governo estão concentrados em custeio, e não em investimentos. “No máximo, 10%, 15% disso é corte de investimentos, que já não eram mais prioritários”, afirmou.
Para o ministro, o emprego será impulsionado este ano principalmente pelos serviços, comércio e construção civil – este último setor mostrou pequeno arrefecimento no segundo semestre do ano passado, em função do período eleitoral.
Já a indústria não deverá se apresentar como um grande carro-chefe no mercado de trabalho, mantendo um ritmo de crescimento muito próximo ao verificado em 2010. No ano passado, na série sem ajustes, a indústria foi responsável pela criação de 485.028 vagas com carteira de trabalho assinada. No ano anterior, em função do impacto da crise financeira internacional, o setor gerou 10.865 postos.
Apesar da expectativa positiva do ministro, a criação de vagas formais em janeiro deste ano ficou abaixo da verificada no mesmo mês do ano passado. Para Lupi, no entanto, não se trata de uma desaceleração da criação de empregos. Para ele, o número de 2010 foi fortemente influenciado pela recontratação de funcionários, principalmente pela indústria brasileira, que acabou dispensando seus quadros no auge da turbulência. “Os quadros comparativos são diferentes”, avaliou. “Atipicamente, em janeiro de 2010, a indústria bombou mais porque tinha demitido mais com a crise.”
Lupi mantém projeção de 3 milhões de vagas formais em 201
Por Célia Froufe
Brasília, 24 (AE) – Apesar da expectativa de crescimento menor do País em 2011 e do corte do orçamento este ano, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, mantém a projeção de criação de 3 milhões de empregos com carteira assinada em 2011. No ano passado, foram criados pouco mais de 2,5 milhões de postos. Lupi justificou que os cortes de gastos anunciados pelo governo estão concentrados em custeio, e não em investimentos. “No máximo, 10%, 15% disso é corte de investimentos, que já não eram mais prioritários”, afirmou.
Para o ministro, o emprego será impulsionado este ano principalmente pelos serviços, comércio e construção civil – este último setor mostrou pequeno arrefecimento no segundo semestre do ano passado, em função do período eleitoral.
Já a indústria não deverá se apresentar como um grande carro-chefe no mercado de trabalho, mantendo um ritmo de crescimento muito próximo ao verificado em 2010. No ano passado, na série sem ajustes, a indústria foi responsável pela criação de 485.028 vagas com carteira de trabalho assinada. No ano anterior, em função do impacto da crise financeira internacional, o setor gerou 10.865 postos.
Apesar da expectativa positiva do ministro, a criação de vagas formais em janeiro deste ano ficou abaixo da verificada no mesmo mês do ano passado. Para Lupi, no entanto, não se trata de uma desaceleração da criação de empregos. Para ele, o número de 2010 foi fortemente influenciado pela recontratação de funcionários, principalmente pela indústria brasileira, que acabou dispensando seus quadros no auge da turbulência. “Os quadros comparativos são diferentes”, avaliou. “Atipicamente, em janeiro de 2010, a indústria bombou mais porque tinha demitido mais com a crise.”