A economia brasileira terá o terceiro menor crescimento econômico neste ano, à frente apenas do Paraguai e de El Salvador. A informação consta de estudo da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina), divulgado ontem. Pelo documento, o crescimento do País deverá ser de 3% neste ano, menos que os 4% previstos em abril, afetado principalmente pelas altas na taxa de juros do Banco Central.
?A alta das taxas de juros repercutiu no desenvolvimento da atividade econômica, que desacelerou sua taxa de expansão no último trimestre de 2004 e no primeiro trimestre de 2005?, que foram, respectivamente, de 0,4% e 0,3% respectivamente, segundo o documento. ?Devido a esses resultados, se corrigiu a expectativa de crescimento para 2005, que se estima agora em 3%?, acentua.
O mesmo percentual de crescimento que o do Brasil está previsto para a Costa Rica, o Equador, a Guatemala e o Haiti – cuja economia, no ano passado, registrou retração de 3,8%, segundo a Cepal.
Considerados os países do Mercosul, desde os membros do bloco até os países associados, o crescimento previsto para o Brasil supera apenas o do Paraguai. A economia da Argentina deverá apresentar a maior expansão na América Latina neste ano, com crescimento previsto de 7,3%.
Em segundo lugar, vem a Venezuela (país associado do Mercosul), com crescimento previsto de 7% neste ano, seguida do Uruguai, que deverá ter crescimento de 6,2%. O Chile e a Bolívia (os outros países associados do Mercosul) deverão crescer 6% e 3,5% respectivamente.
O Paraguai, por sua vez, deverá registrar crescimento econômico de 2,8%. O outro país latino-americano que deverá ficar atrás do Brasil, El Salvador, terá crescimento econômico de 2,5%.
Combate à inflação
O instituto lembra que as altas de juros foram o modo adotado pelas autoridades monetárias brasileiras para conter as pressões inflacionárias causadas pela expansão da economia. ?A taxa de inflação em 2004 foi de 7,6%?, de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE), diz a Cepal.
?Não obstante, devido ao maior crescimento dos preços e com o objetivo de alcançar a meta de inflação de 5,1% fixada para 2005, a partir de setembro de 2004 o Banco Central começou a aumentar a taxa básica de juros, que, em maio de 2005, chegou a 19,75%.?
De acordo com o estudo, o crescimento de 0,3% registrado no primeiro trimestre deste ano gerou expectativas de um crescimento menor neste ano. ?Além do setor agrícola, no qual se espera o impacto de condições climáticas adversas (…), também na indústria se prevêem repercussões negativas devido às maiores taxas de juros.?