A diplomacia brasileira quer evitar que as turbulências no sistema financeiro internacional tirem a atenção dos governos das negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC), que serão retomadas na segunda-feira. O embaixador do Brasil em Genebra, Clodoaldo Hugueney, disse ao "Grupo Estado" que um dos esforços do País nas próximas semanas será manter os governos concentrados na Rodada Doha. ?Há o risco de que os esforços políticos sejam colocados no sistema financeiro internacional.
Hugueney admite que as turbulências financeiras ainda podem fazer surgir tendências protecionistas em alguns países, o que acabaria endurecendo posições dos vários governos nas negociações da OMC. Pelas previsões da entidade, o comércio internacional terá crescimento menor em 2007 em relação a 2006. Para 2008, a taxa pode ser ainda menor.
Na semana passada, a manutenção de posições protecionistas por deputados americanos e a insistência nos Estados Unidos em criar mais barreiras contra a China levaram o presidente da regional do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de Minneapolis, William Poole, a alertar que essa atitude pode levar ao colapso da OMC. ?A agenda das negociações de Doha está à beira de um colapso e isso levantaria dúvidas sobre e eficácia futura da OMC.
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