O Brasil registrou o crescimento mais elevado de linhas de créditos internacionais entre todos os mercados emergentes e o sexto maior do mundo. Os dados são do Banco de Compensações Internacionais (BIS, o banco central dos bancos centrais), que revelou hoje que os empréstimos, créditos e fluxos do sistema financeiro internacional no segundo trimestre deste ano continuam caindo no mundo, ainda que a redução seja mais suave. O valor total dos créditos ao Brasil não é o maior entre os emergentes e muito inferior ao volume total nos países ricos. Mas a expansão tem superado a todos os demais.

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As estatísticas são as únicas no mundo a mostrar como bancos deixaram de emprestar entre eles e cortaram créditos para o setor produtivo. Isso mesmo diante dos bilhões de dólares injetados pelos governos de todo o mundo aos bancos para destravar o mercado. A falta de créditos levou empresas a fechar suas portas, demissões, uma paralisia no setor imobiliário em alguns países e ampliando a crise.

 

No caso do Brasil, a alta dos empréstimos internacionais foi de US$ 11,5 bilhões entre abril e junho, a maior entre todos os países emergentes. A alta foi uma reviravolta em relação à queda de US$ 13 bilhões no primeiro trimestre do ano e US$ 21 bilhões nos últimos três meses de 2008. Sem a correção cambial, a exposição total dos bancos estrangeiros no País passou de US$ 140 bilhões no primeiro trimestre para US$ 153,7 bilhões no fim de junho. Mesmo com a recuperação, o montante ficou abaixo dos índices de dezembro de 2008, com US$ 155 bilhões, e de dezembro de 2007, com US$ 157 bilhões.

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Quase metade do aumento dos empréstimos – US$ 5,7 bilhões – foi para indústrias fora do setor bancário. Esse mesmo setor havia sofrido no último trimestre de 2008 uma queda de US$ 8,8 bilhões. Graças ao Brasil, a expansão dos créditos na América Latina chegou a US$ 5,8 bilhões, depois de queda de US$ 20,5 bilhões no primeiro trimestre e US$ 44 bilhões no último trimestre de 2008.

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