O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou nesta segunda-feira, 23, que o Brasil tem todas as condições para crescer, mas que precisa fazer o “dever de casa”. Ele reafirmou a importância das avaliações de agências de classificação de risco, como a da Standard & Poor’s, que considerou ter uma a visão crítica e imparcial, que propicia um bom momento para reflexão.

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“A gente tem que fazer o dever de casa. O Brasil tem tudo para dar certo, para crescer, mas tem que fazer alguma coisa para isso. Com todo país é assim, com o Brasil não seria diferente”, afirmou Levy durante o seminário Reavaliação do Risco Brasil, promovido pelo Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas (FGV).

O ministro lembrou que empresas brasileiras de setores relacionados às commodities estão passando por ajustes, em algumas mais fortes do que em outras, devido aos preços. Levy afirmou que as mudanças têm impactos importantes e citou os setores de minério e petróleo.

“Não devia ser surpresa total. O movimento em commodities começou em 2012/2013 e vai persistir”, ponderou. “É uma grande oportunidade de poder desenvolver uma porção de outros setores no Brasil e de tornar mais eficiente esses próprios setores”, afirmou.

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Segundo ele, resta pouca dúvida que há muito a fazer no País na área de petróleo. Segundo Levy, a Petrobras ganha espaço para respirar, para tomar suas próprias decisões. “Tenho confiança que ela vai conseguir superar a fase atual e continuar fazendo coisas que são essenciais ao Brasil”, declarou.

O ministro reconheceu que o mercado de capitais este ano se mostrou um pouco refratário, em razão das incertezas na economia, e se fechou a partir de setembro, diminuindo possibilidades.

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Com relação ao ajuste fiscal, Levy avalia que está quase concluído do ponto de vista intelectual, mas que as medidas precisam agora enfrentar a questão política, de votação no Congresso. Ele defendeu que é preciso vencer a “rivalidade” existente no campo político para implementar mudanças necessárias à retomada da economia.

Segundo Levy, não adianta elevar impostos de forma a reforçar o caixa do Tesouro sem que a lógica de despesas seja revista. “Temos que simplificar a vida de empresas e das pessoas. Não há caminho fácil, não é só fazer o Simples, que no fundo é uma mudança de faixa, um programa de encolhimento das empresas. Não adianta mudar imposto sem olhar para o lado do gasto. Temos uma série de gastos que temos de avaliar”, afirmou o ministro. Levy reconheceu, porém, que a “rivalidade” no campo político tem retardado mudanças nesse sentido.