O Brasil continua com a maior taxa real de juros do mundo, mesmo com a recente alta dos índices de preços. Segundo pesquisa da consultoria Global Invest, o juro real brasileiro (descontada a inflação) caiu de 9,7% em setembro para 9,3% ao ano em outubro, mas ainda é mais elevada entre os 40 países analisados, dos quais 23 emergentes e 17 desenvolvidos. Em segundo lugar permanece a Polônia, com uma taxa de 8,1%, abaixo dos 8,4% registrados no mês anterior.
A consultoria calculou o juro real brasileiro a partir da taxa Selic dos 12 últimos meses, que ficou em 18,55%, deflacionada pelo IPCA acumulado no período, de 8,44%. Em outubro, o IPCA ficou em 1,31%, ante 0,72% em setembro, mas também foi no mês passado que os juros básicos pularam de 18% para 21% ao ano. A Global Invest nota que, enquanto o juro real no Brasil está em 9,3%, a taxa média dos 23 países emergentes é de apenas 1,2%. ?E também impressiona o fato de que, ao longo dos 44 meses em que a pesquisa é realizada, o Brasil é o único que sempre esteve entre os quatro primeiros do ranking?, afirma o relatório da consultoria. ?Além disso, esta é a 21.ª vez em que o País aparece na liderança do ranking.?
A Polônia manteve o segundo lugar no ranking, com juro real de 8,1%, mas a taxa do país está em queda forte nos últimos 15 meses. Na outra ponta do ranking estão a Venezuela, com uma taxa real negativa de 11,5%, e a Argentina, com juro real negativo de 7,2%. ?A queda dos juros reais tanto na Argentina quanto na Venezuela deve-se ao aumento da inflação, em função das recentes desvalorizações de suas moedas?, de acordo com a Global Invest.